Talentos

Uma Imagem Que Vale Mais de 1000 Rimas

Uma Imagem Que Vale Mais de 1000 Rimas

Tirei o foco do seu foco e peguei o flagrante da vida
Congelei esse instante e deixei na estante como se fosse obra prima
De clique em clique já peguei vários deslizes, desde gestos heróicos até bandidos de dedo em riste
Muitos acham que é só pegar na câmera do celular e desandar a se focalizar
Mas nada de banalizar ,fotos são artes, fotos são documentos,não é apenas o narcizismo do face do momento
São sucessão de eventos, e se o seu tormento foi ser flagrado saindo as escondidas
Não se intimida, ainda há conserto, close no sorriso de quem encara a vida com sabedoria
A foto que serve pro mal, artistas desmascarados no pedestal, paparazzi ganhando seu lugar ao sol
Uma lágrima que cai, e congela no ar, instante eternizado na sala de jantar
Eu sou o cara que arrisca tomar bolada atras do gol, aquela jogada que o juiz não roubou
Que se arrisca no mato selvagem, a perfeição da natureza e clica a fauna do tigre dando bote na sua presa
desvendo o segredo da nudez, aquela loira fenomenal, flash no sensual e outros mistérios se formam afinal
Da beleza a decadência do corpo humano, eu sou espelho q vc quebrou,mas o artista da camera desvendou
E revelou pra sociedade no que vc se transformou
Não adianta reclamar da caricatura, você pintou seu próprio quadro, eu apenas revelei a moldura
De ponta cabeça no galho de árvore, já flagrei tantas espécies em extinção
O momento único, que nunca mais enxergarão, o pôr do sol que até te manda 1 abraço,tamanha perfeição
Sou fanático pelo inusitado, a vida feita de quadros, olhos atentos pro invisível
Que de repente vem à luz, como se fosse um fantasma frescurento que só agrada a quem o seduz
Minha profissão é persistência, não são apenas flashes fruto da tecnologia japonesa
Não me interesso pelo narcizismo, tirar sua foto do espelho não te faz mais poético nem mais divertido
Apenas um chatão aparecido, e a moça uma obcecada pela própria idolatria
Não é porque eu não gasto mais com rolos de filmes, que vou banalizar o clique clique
Prova fatal, como se desviar do banal, não fazer da vida um descarte aqui e ali sem nada fenomenal
É muito fácil deletar as fotos de careta feia, quero ver é enxergar a beleza de quem acorda descabelada e cara de azeda
Sem maquiagem a magricela narcizista se torna patinha feia indefesa dos ataques das olheiras
Te filmei ali,numa confusão de pensamentos, minha lente parece que aumento além do foco objetivo, é um bilhão de fragmentos
Seu destino é ser eternizado num foco inusitado, cara de palhaço, ou careta antipático
Saia na caça de derrubar a câmera que for mais abusada, como se pintura viesse de graça
Fixe o tripé nas raizes da sua inimizade, deturpando a sua intimidade sem a maquiagem tornando a privacidade um desastre
Não adiante esse boné, peruca, me liguei no teu disfarce, já virou matéria do final da tarde
Pois uma imagem vale mais do que mil rimas
Mas um gesto nobre equivale a milênios de sabedoria

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Inspiração

Pra homenagear um amigo que fazia fotografia, pensei numa letra de rap com esse tema.

Sobre a obra

Alusões a várias situações e imagens que achei que tinham a ver com a arte de fotografar

Sobre o autor

Grupo H-JOU.Desde 1999 entre paradas e subidas, descansos e rebeldias, estamos ai na correria. Gravações no quarto, estúdios caseiros embolorados, canetas falhando no rascunho do papel reciclado. De vez em quando subindo nos palcos de barzinhos, escolas a galpões abandonados. Com 1 caixinha de som já dá pra fazer 1 esculacho.

Autor(a): HAROLDO JUN ONISHI UJIKAWA ()

APCEF/SP