Talentos

Um sonho de menina

Era uma vez uma menina
bem franzina
Que tinha um sonho
E que por isso caminhava um caminho longo
Para ir a escola
Mesmo com muita dor no estômago.

O sol era forte
A sandália era fina
Mas a menina andava com belo porte
Como uma heroína.

Quando chegava, logo sentava com a professora
para prensar e pôr pra secar
o papel mondrongo.

Esse era o nome que davam os alunos
Porque o papel reaproveitado
continha muitos grumos

Mas a menina adorava mesmo era a escola
E quando lia ou escrevia
Até da dor de estômago se esquecia

Tinha pouca água,
Nem mesa tinha
E o teto era a céu aberto
Mas para ela o que faltava
Era apenas um lindo caderno

Com folhas brancas e bem lisinhas
Flores na capa e linhas retinhas
Com arame e um cheiro doce de ousadia.

Naquele dia chegando em casa
Sua mãe do portão lhe recebia com um sorriso aberto.
Por empatia até sabia
o que dizia o sorriso fraterno.

Disse sua mãe que foi um moço que ali passara
e lhe entregara umas galinhas.
Que alegria! Uma esperança praqueles dias!

Naquela noite sua mãe prepara
Com toda destreza uma mesa farta
A menina come com tamanha fome
que o sono logo a consome.

O joelho no chão daquela mãe é a oração de gratidão.
E naquele fino colchão em que sossegada sua filha dormia
A esperança pousou mais forte que noutro dia.

Enquanto isso a menina suspirava no seu âmago
Por ter sido curada ,finalmente, da dor de estômago
E pegada num sono tranquilo
Podia até sonhar com mais clareza seu grande sonho:

E nele vinha um caderno mágico
que lhe dizia:

Venha menina e traz teu tinteiro
Que com teus versos simples
Mudarás o mundo inteiro.

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Inspiração

Fui motivada pelo projeto Belagua, divulgado pelo Inspira FENAE 2018.

Sobre a obra

A priore foi necessário uma pesquisa sobre a poesia e a liberdade de rimas e expressões. A poesia brotou dentro de mim como por inspiração.

Sobre o autor

Amo escrever e desde que me vi como "gente" sempre me dei melhor com as palavras escritas. Gosto de divagar por entre as idéias e selecioná- las e transcrevê- las no papel. Sinto como um pintor que escolhe sistematicamente suas cores em sua imensa aquarela. Assim são as palavras que se bem selecionadas, como diz a poesia, pode mudar o mundo inteiro

Autor(a): VANESSA MARIA BORGES DA SILVA ARAUJO ()

APCEF/AC