Talentos

A força do pensar

A força do pensar

Era um garoto de pouca idade, que morava no interior do Brasil, mas que mesmo antes ler palavras, gostava de “ler” figuras e fotos dos livros das antigas enciclopédias. Passava horas e horas folheando os diversos livros e guardando em sua mente, imagens de um mundo bem diferente de sua realidade.

Sem um horário certo, fazia daquilo um momento particular que confundia como que uma brincadeira diária de descobrir os cenários do mundo e do universo que aquelas páginas traziam com as mais diversas cores e formas. Os mapas eram as coisas que mais o fascinava.

Acredito que ele muito queria ler, para entender um pouco mais o mundo dos livros que até então permanecia numa relação sem diálogo articulado. Aos seis, o garoto começou a ler e escrever... e sempre retornava para o seu momento de leitura dos mapas.

Aos sete já iria para escola só e aos oito sem os pais foi para o abrigo dos avós. Sempre curioso em aprender e ainda no caminhar do domínio da leitura, agora sabia que as sílabas unidas formavam as palavras; e aos poucos começou a perceber nos mapas um “mundo de informações”. Descobriu que todas aquelas letras eram na verdade nomes de coisas: rios, cidades, países, lagos, mares, continentes, etc. Quanto vocabulário, quanta coisa nova vinha naquela mente ansiosa por informações onde encontrava um reduto de imaginários.

Em toda sua adolescência, os mapas na verdade traziam a ele uma força de possibilidades e desafios, os quais no seu pensar não eram impossíveis de se concretizarem pois estavam ali para serem desbravados. E uma vontade incomensurável de conhecer os mais diversos lugares do mundo tornou um elemento inspirador suficiente para tornar como um de seus objetivos pessoais. Inspiração tal que sobrepunha as diversas adversidades que ele passava naquele momento de sua vida.

Contudo, não é bem assim que o mundo gira, percebeu que para realizar os objetivos pessoais de “tomar o mundo feito Coca-Cola” era necessário ter: recursos financeiros. Não foi difícil entender que para isso, deveria ser focado em algumas coisas como: jamais perder um ano escolar, aprender idiomas e saber uma profissão.

Aos dezesseis, no último ano do ensino médio começou a trabalhar em loja como vendedor de roupas, mas já estava a traçar ideias de como ingressar no ensino superior para ser um profissional. Aplicou-se nos estudos, cursou pré-vestibular com o “dinheirinho” que ganhava e no ano seguinte ingressou em uma universidade pública e no outro ano mais uma vez, agora em outro curso... é importante finalizar o que se inicia.

Aos dezoito anos pôde comprar a sua primeira passagem aérea. Destino: Rio de Janeiro, voando Varig numa aeronave DC-10, época em que serviam refeição quente em louça de porcelana, talher de metal e o piloto conversava com os passageiros pelo sistema interno de som.

Aquele foi só o início ou consequência da realização daquilo que na infância pareciam devaneios de um menino que queria estar nos lugares que via nos livros. Pois outro dia, o vi estudando o seu quarto idioma e planejando com a sua família um novo lugar do mundo para conhecer.

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Inspiração

Ouvir histórias das pessoas.

Sobre a obra

Sem uma técnica específica, em texto livre. Sobre a obra, a mesma traça opinião ou perspectiva a partir da vontade humana de se superar e sonhar.

Sobre o autor

A escrita é uma das expressões humanas em que podemos registrar nossa leitura de mundo.

Autor(a): WEBERSON FERNANDES DE FREITAS (Weberson Freitas)

APCEF/AM