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Como anda nossa fé


Crônica sobre como anda a nossa fé?

É uma pergunta que vai visitar os nossos corações, e talvez nos deixe um tanto atordoado na hora da nossa reflexão sobre esse mistério que é um dom de Deus. Interessante é que são só duas letras e uma acentuação gráfica, mas que profundidade tem o seu alcance. Se fizermos uma pesquisa junto à população, penso que, possivelmente, entre as respostas, alguém se antecipe a dizer que durante a Quaresma saboreou o valor da fé na sua vida, e que viveu intensamente aquele momento especial. Conseguiu naqueles quarenta dias comportar-se dentro dos parâmetros cristãos. Esteve em estado de oração, foi misericordioso com o próximo, confortando-o, ajudando-o e até viveu o jejum previsto nos anais da Igreja Católica.
De tal forma os seguidores de outras religiões ou não aderentes a qualquer crença religiosa, colocariam as suas respostas próxima dessa realidade, a partir dos seus valores existenciais: Judeus, Mulçumanos, Luteranos, Metodistas, Budistas, Hinduístas, Islamitas, Protestantes, Ateus e outras tantas bandeiras de espiritualidade.
Ao catalogarmos as diversas respostas, encontraríamos nesse universo muitas declarações afirmando que já vivem a fé nos seus dia a dia. E, para comprovar esse fato, basta observar as suas atitudes em relação ao próximo. O zelo pelo outro; como encaram os problemas cotidianos; etc. Principalmente nos dias atuais, quando estamos vivenciando uma pandemia de proporção épica. Que coisa! Parece que o espiral da vida nos inunda com mil e uma dificuldades a cada instante. Ainda não resolvemos uma, lá vem mais. E por aí vai.
A propósito, tem um ditado popular que diz o seguinte: “Diga-me com quem andas e eu direi quem tu és”. É provável que esse ditado tenha sido extraído dos Livros Bíblicos Sapienciais, após observação das leituras vivenciadas pelos nossos pais, lá no passado, fazendo-os chegarem a essa conclusão, e como excelentes pedagogos, tenham se esforçados para transmitirem esses ensinamentos até nós que somos os protagonistas dos dias atuais. A bem da verdade, sabemos que existem várias passagens na Bíblia que relatam esse tema. Vejamos apenas uma delas: “Quem anda com os sábios, será sábio; mas o companheiro dos tolos sofre aflição” (Pr 13, 20). Leva-me a crer que podemos cunhar a seguinte pergunta: “Diga-me como está sua relação com Deus e poderei imaginar qual o tamanho da tua fé.”
Tenho lançado um olhar no histórico da nossa saúde espiritual. Nós simples mortais, humanos por excelência, e o resultado dessa investigação não é das melhores. Parece que a saúde espiritual, caminha em estado de anemia profunda. O retrato nos mostra um diagnóstico de uma saúde debilitada. Raquítica. Arvoro-me a dizer que se Cabral viesse hoje, não estaria navegando com sua esquadra em busca de um “Novo Mundo”, mas, provavelmente, viria com o propósito de introduzir uma “Terceira Onda”, cuja filosofia penetra fundo nas transformações violentas em que se debruçaram sobre o mundo atual, segundo Alvin Toffler, quando aponta esse modelo de conotação imediatista, eivado com um novo padrão de cultura, cujo resultado transforma esse velho globo terrestre em uma bomba relógio, esse planeta tão sofrido que paira conturbado sob os pés da humanidade. Parece até que vivemos em estado de transe. Em conectividade com esse novo modo de vida, a Nova Era. Uma Sociedade Alternativa




tão cantada por Raul. A novidade! Um furo de reportagem que nos disponibiliza um mundo sustentável, viável, dependurado sobre um lastro que faz tremular sobre si a bandeira da pós-modernidade.
No entanto se colocarmos uma lupa, veremos um mundo incrustado num pluralismo religioso. Relativista. Esse mundo que deixa de ser sólido para mergulhar na fluidez de um mundo líquido. Tudo vaza e escorrega imediatamente, navegando na velocidade das comunicações e destruindo certezas e crenças, cujo cenário nos apresenta um embate desleal, onde prevalece um verdadeiro canibalismo verbal e uma inversão dos valores culturais.
Reportando-me a tudo isso e puxando o lastro para a maior religião do Brasil, o Catolicismo, percebo-os como homens e mulheres que praticam a fé, de forma tão significativa, que chamam a atenção daqueles que os observam, pelo fato de apresentarem sempre como novidade o projeto de Jesus. Ontem, hoje e sempre! É o anúncio da Boa Nova. Da Boa Notícia da Salvação da humanidade. Partilham um Jesus atual e que nunca envelhece. Que envereda pelos lares, pelas ruas, nos encontros e por tantas outras vias de comunicação, preparando-os para o mais importante encontro de suas vidas, a bordo dessa imensa nave interplanetária chamada terra, quando, então, prestarão contas a Deus, de tudo aquilo construído, por ocasião desse hiato de vida aquinhoado aqui na terra. Aí sim, cada um de per si poderá mensurar a graduação da sua fé.


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Inspiração

Nesse tempo de pausa na nossa vida, descobri que muitas pessoas se debruçaram na Bíblia e em outros livros religiosos, e começaram a dedicar suas orações aos céus com mais intensidade. Isso me chamou a atenção, então fiz esse texto ecumênico, com a intensão de medir o tamanho da nossa fé, diante desses momentos mágicos que se portam à nossa frente.

Sobre a obra

Tenho pesquisado muitos textos Teológicos, e por conseqüência entrado de corpo e alma nesses mistérios divinos. Confesso, no entanto, que não domino a técnica de escrever, mas tenho ousado em fazê-lo, baseado nos próprios textos em estudo.

Sobre o autor

Já tenho 12 anos de aposentado, e nesse intervalo de tempo venho me dedicando a escrever crônicas, contos, poesias e ensaios de fotografias durante as minhas viagens por esse mundo afora. Mas confesso que desde adolescente eu já ensaiava algumas poesias que se perderam com o passar do tempo.

Autor(a): JOSE BARBOSA SANTIAGO (Barbosa)

APCEF/SE