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Uma narrativa sobre a democratização do acesso ao cinema no Brasil


Uma narrativa sobre a democratização do acesso ao cinema no Brasil

Esse milagre aconteceu em 28 de dezembro de 1895, quando foi apresentado ao mundo a primeira exibição pública do cinema. Daí pra cá, esse evento tomou um rumo de crescimento exponencial, e sorrateiramente foi entrando de vez no gosto popular, ao ponto de alcançar dimensões inimagináveis, daquilo que se pensava à época, quando no decorrer desse período, todos os prognósticos foram derrubados diante da ascensão assumida por essa arte, que instalou de vez o seu lugar ao sol. Considerando, não só a realidade, mas, também o comportamento das linhas estatísticas observadas, a partir daquele século, quando Lumiere coloriu a face do nosso planeta com esse invento épico.
O estudioso do assunto, Edgar Morin, vaticinou, através dos seus escritos, que o cinema é um instrumento social, onde o espectador aprecia a vida cotidiana das pessoas, pois, como tal, leva para as telas os diversos relacionamentos humanos, capaz de promover uma significativa reflexão no espectador. Mas, apesar disso, as pesquisas científicas têm demonstrado que as construções dessas salas de exibição cinematográfica, estão mais disponibilizadas nos grandes centros, onde a concentração de pessoas é maior, a renda é mais apropriada, o que gera uma dificuldade ao acesso das pessoas fora desse ambiente, e que invariavelmente os colocam sob a égide da exclusão social, por não se enquadrarem nas condições necessárias ao convívio desses ambientes.
No entanto, há de se ver que a televisão é o grande instrumento colocado à disposição desse público com dificuldade de acesso aos cinemas; e não é à toa que os gráficos estatísticos demonstram que 88% dos telespectadores assistem filmes na TV, e apenas 19% desse percentual, têm acesso às salas cinematográficas. Isso é muito pouco, considerando que do século 19 até o atual, tivemos grandes avanços sociais, mas, ainda assim, não fomos capazes de ceifar as diferenças dos modos de vida que somos obrigados a trilhar, como se estivéssemos em mundos distintos.
Portanto, penso que precisamos nos conscientizar e nos unirmos para a derrubada desse muro vergonhoso, que se instalou entre as classes sociais, ofuscando a visão de cada uma delas, impregnando nos corações desses seres humanos uma colossal cegueira de sentimentalismo, quando nos confrontamos com essa causa humanitária.
Se assim o fizermos, poderemos nos orgulhar por termos produzido a melhor película de todos os tempos, contados a partir daquele dia épico protagonizado por Lumiere, o qual certamente vibraria ao ver estampado no seu invento, o trinômio “Liberdade, Igualdade e Fraternidade”, cujo slogan foi o lema adotado pela Revolução Francesa, o qual, até os dias atuais, ecoa como o principal grito na direção da democracia.

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Inspiração

Dando uma lida nas questões do ENEM do ano passado, pude ver o ensaio motivador para a construção da redação daquela prova. Achei interessante e resolvi também fazer a minha parte.

Sobre a obra

Gosto muito de assistir filmes. É sempre motivador e me coloca diante de uma fantasia inspiradora, além de trazer no seu bojo ensinamentos de todas as áreas, principalmente no quesito cultural. Minha base técnica é também tirada daí.

Sobre o autor

Já tenho 12 anos de aposentado, e nesse intervalo de tempo venho me dedicando a escrever crônicas, contos, poesias e ensaios de fotografias durante as minhas viagens por esse mundo afora. Mas confesso que desde adolescente eu já ensaiava algumas poesias que se perderam com o passar do tempo.

Autor(a): JOSE BARBOSA SANTIAGO (Barbosa)

APCEF/SE