Talentos

UM MATUTO EM APUROS

UM MATUTO EM APUROS

Ocê que tá pensando,
Na oportunidade aproveitar,
Durante a nossa festança,
Uma namorada arrumar!

Prá isso ocê precisa
De uma mudança radical,
Dê um tapa na aparênçia,
Melhorando o visual!

Aquela ceroula véia ,
Que ocê num troca já faz mês
Aproveita a oportunidade,
E joga ela fora duma vez,

A camisa que encolheu,
E te deixa parecendo um arigó,
Procure disfarçar o fato,
Vestindo por riba um paletó!

Mas antes bote o paletó no sol,
Módi sair o cheiro de naftalina,
Porque o cheiro dela pode,
Correr com as menina!

A meia toda furada,
Trate logo de remendar
Afinal nunca se sabe,
Na festa o que pode rolar!

Corte rente as unhas,
Bote creolina nos bicho de pé,
Nas butinas dê uma lavada,
Prá módi disfarçar o chulé!

Prá se livrar da sovaqueira,
E a nháca controlar,
Passe um desodorante,
Prá catinga disfarçar!

Mas antes de tomar banho,
Faça sua boa ação,
Vá inté o local da festa,
Ajudar na dedetização!

Basta arribar o braço,
Que os insetos vai espantar,
Com isso o pessoal da limpeza,
Muito trabalho há de poupar!

Quem estiver por perto,
Uma máscara vai ter que usar,
Pra módi que do contrário,
O sujeito pode desmaiar!

Aquela barba espinhosa,
Que dá prá onça se esconder,
Dê logo jeito de raspar,
Módi as donzela te reconhecer!

Não bula no bigode cumpadre,
Convém o danado preservar,
Pra módi que a sua banguela,
Ele pode até amoitar!

Pra disfarçar o bafo de bode,
Procure os dentes escovar,
E umas folhas de laranjeira,
Ocê deve de mastigar!

Quando estiver com uma donzela,
Tome muito cuidado,
Pois falar de futebol com elas,
É assunto de abestado!

Procure se comportar direito,
Não banque o desavergonhado,
Pois a moça pode pensar,
Que ocê é um tarado!

Evite a gulodice,
Na hora de beber e comer,
Pra módi que no meio de festa
Seu bucho pode torcer!

Se por conta de sua esganação,
Ocê caiu numa esparrela,
Então saia de fininho,
Com uma risadinha amarela!

Sebo nas canelas, cumpadre,
Corra mesmo sem dó,
Não esquecendo ao mesmo tempo,
De trancar o fiofó!

Se o sujeito for meio lerdo,
E um bucadim atrapalhado,
Antes de chegar na casinha,
Já vai estar todo borrado!

Depois de tamanho vexame,
Vai restar para o coitado,
Em pagar esse mico todo,
E voltar pra casa cagado!

A donzela com tudo isso,
De ocê sempre vai correr,
Prá módi que ela não vai,
Com um cagão se envolver!

A turma que não perdoa,
Pois são levado da breca,
Vai te ponhar a alcunha,
De Mané, o méla cueca!


Autora: Laudice da Silva

Compartilhe essa obra

Share Share Share Share Share
Inspiração

GOSTO MUITO DA POESIA SATÍRICA

Sobre a obra

não sigo uma técnica específica, quando escrevo. As palavras vem e eu passo para o papel.

Sobre o autor

sempre gostei de ler e de rimar. não me considero uma poetisa, mas gosto de vez ou outra fazer umas rimas.

Autor(a): LAUDICE DA SILVA MEDEIROS (lau silva)

APCEF/MS