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UM RIO DE JANEIRO DE ONTEM E O CAOS QUE VIVE HOJE


UM RIO DE JANEIRO DE ONTEM E O CAOS QUE VIVE HOJE


Conheci o Rio em 1977, foi lá que eu e um outro amigo, tivemos o primeiro contato com as águas do Mar. O Rio de Janeiro sempre foi lindo, encantador, sedutor e fascinante aos nossos olhos e cantado em versos e prosas por inúmeros poetas.
Hospedamos na casa de um velho português que morava com uma senhora mineira lá no Bairro do Catumbi. Este bairro fica situado na Zona Central do município do Rio de Janeiro. Faz limite com outros bairros, inclusive com o Bairro Santa Tereza. Eu estacionei o meu fusca 1300 L ano 1977 naquela rua estreita do bairro, junto a calçada . Era um Rio de Janeiro calmo. Vivíamos vigiados sob o Regime Militar. Violência? Não presenciamos em nenhum momento. Apenas liamos sob o incomodo que viviam os artistas e intelectuais da época, sobre a censura imposta pelo rigor do Regime da Ditadura de 64.
E agora? Uma população trancada em suas residências e bandidagem solta pelas ruas.
Trafegámos lentamente pelas Avenidas Rio Branco e Princesa Izabel, pelos arredores da Catedral Metropolitana e pelo Centro do Rio antigo . Ostentando orgulhosamente nossas máquinas fotográficas Kodak modelo Instamátic. Não presenciamos tiroteios, assaltos, nem vimos menores infratores perambulando pelas ruas e nem arrastões nas praias .
Caminhamos a pé tranquilamente pelas Avenidas Atlântica, Nossa Senhora de Copacabana e Barata Ribeiro , apreciando os bares, choperias e lindas lojas. Seguimos até o famoso Bar Garota de Ipanema onde o poeta maior Vinicius de Moraes frequentava.
Novamente de carro fomos até a Urca e Praia Vermelha, onde embarcamos no bondinho para o Morro do Pão de Açúcar e posteriormente de trenzinho subimos até o Morro do Corcovado onde está a estátua do Cristo Redentor. Fascinante aquela maravilhosa vista lá de cima. Foi fantástico o passeio. Emocionante. Inesquecível. Sem nenhuma intercorrência ou violência que nos incomodasse.
Fomos ao Maracanã assistir um FLA/FLU vibrante com mais de 90 mil expectadores.
E foi assim! Que conhecemos e vivenciemos o Rio de Janeiro do passado.
E hoje? Um Rio de Janeiro mergulhado em escândalos de corrupção, má gestão na máquina administrativa, ex governantes presos, além dessa agravante pandemia do COVID 19 sem controle do Estado. É muito triste, assistirmos pelos telejornais todos os dias as violentas batalhas travadas entre traficantes em busca de domínio pelo narcotráfico. Mortes de policiais. Mortes de inocentes. Combates entre milícias. Forças militares conjuntas contra o crime organizado na Cidade Maravilhosa.
O caos se instalou, invadiu e enlutou lares com mortes por balas extraviadas. Crianças e pessoas inocentes sendo mortas. Sabe-se lá de onde partem os tiros: de bandidos entrincheirados ou de forças de segurança que circulam pelas ruas, vielas, favelas e morros da cidade?
Um Rio de Janeiro como terra de ninguém. Sem comando, sem sossego, quebrado financeiramente e sem nenhuma perspectiva de melhoras.
Tudo isso provocado pela ganância, arrogância, vaidade e sede de poder. Verdadeira promiscuidade com dinheiro público. Alimentado por políticos e empresários inescrupulosos, gananciosos e corruptos.
O Rio de Janeiro vive o seu pior momento no contexto nacional, com crise institucional instalada e agravada pela crise econômica e de saúde pública em decorrência do Coronavírus.
Mas, o que nós goianos temos haver com tudo isso? Acredito que toda a sociedade de bem e governantes interessados se preocupam. Pois afeta e apavora a população em geral.
O crime organizado vai espalhando o terror e criando ramificações em todos os Estados.
O que temos assistido atualmente, são ataques e fugas em presídios, comandados por líderes de facções criminosas .
Logo, temos tudo a ver?!... Afinal quem o salvará?
Todas as forças conjuntas, governos interessados, sociedade organizada e unida. Com a finalidade de resgatar a Paz tão almejada e aguardada por todos.
Que o Cristo Redentor lá no alto, representado, clame aos céus e peça Socorro a Deus – todo poderoso, onipresente e onisciente; clemência, piedade e misericórdia ao povo de bem da Cidade Maravilhosa!


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Inspiração

Relembrando a minha primeira viagem ao Rio de Janeiro e os primeiros contatos com as águas do mar.
Recém contratado pela Caixa Econômica Federal para trabalhar em Minas Gerais, me vi bem perto de chegar ao objetivo de conhecer a famosa Cidade Maravilhosa.

Sobre a obra

A Crônica surgiu devido a ociosidade de estar em casa.
Seria então um momento impar para descrever a linda viagem que fizemos na década de 70 e o presente momento que vive o Rio de Janeiro . Um passado bonito e hoje um presente obscuro.
Apenas um escritor amador.

Sobre o autor

Sou aposentado da Caixa, nesse momento de COVID 19 em casa enclausurado, você começa a criar coisas.
Não vejo em mim talento que se destaque;
Apenas um amante das letras

Autor(a): JOSE MAURO CANDIDO MENDES (GOIANEIRO DO CERRADO)

APCEF/GO