Era uma vez uma menina, uma menina como todas as outras de sua idade: uma menina sonhadora. Ela sonhava acordada todo o tempo e conversava com ela mesma e com Deus. Conversava muito e em voz alta sempre que estava sozinha, e ela amava estar sozinha, com seus pensamentos e com seu Deus. Seu diálogo interior não tinha fim.
Quais eram os pensamentos que ocupavam aquela cabecinha?
Como tantas outras meninas de sua idade, ela se preocupava com sua aparência, via mil defeitos em seu corpo, se achava feia, muito magra e usava óculos... Santo Deus... era “terrível” usar óculos... a “quatro olhos” ...
Sonhava, às vezes, com um príncipe encantado (a vida lhe mostrou mais tarde, que príncipes encantados não existem).
Sonhava com o futuro, mas havia algo que ocupava muito mais seus pensamentos: o sentido da vida!
Naquela época, não tinha ainda uma percepção clara do que isso significava, mas algumas situações, vividas no seio de sua família, pois seus pais discutiam constantemente, tornavam essas indagações mais insistentes. Tantas vezes chegou a pedir a Deus que a levasse para que a dor da perda da filha amada, trouxesse paz para o coração de seus pais. Essa não era a vontade de Deus!
Seus dramas internos eram intensos. Muitos de seus parentes professavam diferentes religiões e ela estudou em escolas de diferentes orientações religiosas. Sua mãe e sua avó materna eram católicas fervorosas e parte da família de seu pai era evangélica. Uma de suas tias era espiritualista. Alguns apontavam para ela e diziam que se não aceitasse Jesus, iria para o inferno e ela não entendia porque precisava aceitar Jesus se Ele sempre esteve em seu coração e suas orações.
Seu pequeno coração estava sempre assaltado de dúvidas, remorsos e medos.
Que caminho tomar? Em sua busca por respostas ela lia muito. Lia sem parar e conversava com Deus e consigo sem descanso. Ela esperava um dia encontrar as respostas que buscava.
Cresceu e resolveu estudar Filosofia. Quem sabe ali encontraria suas respostas. Só encontrou mais dúvidas e ainda mais perguntas sem respostas.
Ela ainda não havia se dado conta que a resposta estava em seu coração e não poderia ser encontrada com a Razão!
Deus não está aqui ou ali, nesta ou naquela religião!
Deus está, e sempre estará, onde o Bem estiver!