Talentos

Condenado amor

Condenado Amor

Procurei no vazio espaço
Desfeitas pistas cansadas
Daquele amor descalço
Dos pés sobre as calçadas

Esperança subiu ladeira
Nem o cupim encontrou
O que restou da cadeira
Que meu amor se sentou

As flores ao chão a voar
Esculpem versos tristes:
Os raios de sol a lembrar
O escuro das frias noites

O amor virou sortilégio
A menina e seu sorriso
Que conheci no colégio
Sumiu, sem deixar aviso

Castigou-me o invisível
O amor morreu no peito
Porque achei impossível
Alcançar o que é perfeito

Não queria o amor ideal
Que só ficamos a sonhar
Coloquei-a num pedestal
Que nunca pude alcançar

Fui incapaz de dizer tudo;
Uns gracejos e nada mais.
Agora não há o que fazer
A peste já a levou. Jamais.

Compartilhe essa obra

Share Share Share Share Share
Inspiração

A morte de jovens na epidemia de Covid-19

Sobre a obra

A poesia conta em versos a história de um amor platônico de um jovem por alguém que conheceu no colégio.

Sobre o autor

Contista, poeta e romancista. Gosto de escrever sobre a realidade humana e despertar no leitor empatia.

Autor(a): JEREMIAS REIS COMARU (Jeremias)

APCEF/CE