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A cicatriz mais profunda
A cicatriz mais profunda
Como poderia falar do nosso amor
Conjugando os verbos no passado?
Ainda que me cause incômoda dor
Falar de um coração transpassado.
O que importa se já não está aqui?
A verdade é o que realmente sinto
Há alguma revolta e isso já percebi
É que alegria de antes agora é luto
Porque o tempo nos deu novas marcas
Que juntos nós não fomos percebendo
Aprendemos a viver sem contar datas
A vida viu os anos em fila perecendo
O luto é mais que a dor na memória
Qualquer cor sóbria para os pêsames
Palavra solta, insalubre ou meritória
Nenhum conforto faz sentido às vezes
Será que sentirei novamente a brisa
Do teu cabelo agitado no meu rosto?
E teu olhar misterioso de Monalisa
Que sentinela me mantinha no posto?
Agora espera. A hora já está próxima
São meus últimos respiros no mundo
Estou certo disso. Não quero lágrima
Que nos separe por mais um segundo
Inspiração
A saudade mortal de alguém que viveu um grande e duradouro amor.
Sobre a obra
A poesia é uma lamentação profunda de um homem que viveu muitos com sua esposa e se vê sozinho esperando o momento de reencontrá-la na eternidade.
Sobre o autor
Contista, poeta e romancista. Gosto de escrever sobre a realidade humana e despertar no leitor empatia.
Autor(a): JEREMIAS REIS COMARU (Jeremias)
APCEF/CE