Talentos

Letícia - A grande Viagem

LETÍCIA – A GRANDE VIAGEM

Em uma de nossas férias, decidimos que iríamos à praia, e então o fizemos. Num tarde em que estávamos sentados à beira do mar, apreciando a vista, Letícia (nossa filha), brincava fazendo um lago na areia, lá colocava seus pequenos brinquedos: sereias, plantinhas e alguns bichinhos estranhos com cabeças grandes e corpos pequenos, ela os chamava de LPS.
Letícia olhava para o lago, ricamente fantasiado de fundo do mar, ou para ela, lar das sereias, e pensava no quanto gostaria de conhecer esse lugar. Via os pássaros no céu e sobre eles as nuvens e imaginava do que são feitas, será que consigo ir lá.
Ao olhar para frente, ao longe, vislumbrou uma montanha enorme, tão alta que parecia tocar as nuvens, tão alta que seu cume era branco, coberto de neve. Então, se lembrou que seu pai, no caso eu, havia lhe contado que aquele e um Vulcão, e que vulcões, as vezes, se enfureciam, e quando isso acontecia ficavam com a cabeça tão quente que explodiam jorrando lava e fumaça, disse também que essa lava vinha do centro do planeta.
Nesse instante, ela ouviu uma doce voz, que soava melodiosamente, como um canto:
__ Psiu! Ei, psiu, aqui em baixo.
Ao desviar o olhar da montanha vulcão para o seu lago na areia, viu que havia algo que ela não havia colocado lá, era uma sereia que não era dela... Será que outra criança deixou cair enquanto eu estava distraída? Pensou... e então novamente ouviu:
__ Psiu! Sou eu aqui, meu nome é Léia, a Sereia. Qual é o seu?
__ Hun!?! Letícia, me... meu nome é Letícia. Você é uma sereia de verdade? Por que você é tão pequena? Como você chegou no meu Lar das Sereias? Como a sabe falar minha língua? O que você come? Eu gosto de bolo! Você come bolo? Eu posso ir conhecer sua casa?...
__ Letíííciaaaa! Rsrsr Calma, são muitas perguntas, e por enquanto vou responder apenas a primeira e a última. Sim e Sim. Vamos lá?
E nesse instante, puxou o dedo da Letícia, que estava com sua mão apoiada à beira de seu lago. Letícia viu, um clarão súbito e em seguida percebeu que a sereia não era mais tão pequena, na verdade tinha o seu tamanho, e estava na sua frente. Esfregou os olhos, como que pensando como isso é possível... olhou em volta e percebeu que estava no fundo do mar, e estava flutuando como a Léia e também tinha uma calda de peixe, era então uma sereia.
__ Essa é a minha casa. Linda né? Moro no fundo do mar e conheço tudo, tudo.
__ Iupiiii. Que máximo. Pode me contar tudo que sabe.
Então ela falou seus desejos, que tinha pensado mais cedo na praia e Léia, a levou para conhecer o fundo profundo do mar, que era muito escuro pois a luz do sol não os alcança ali. Mas ao olhar para o lado, viu uma pequena luz avermelhada se aproximando, sentiu um pouco de medo, mas Léia disse para não se preocupar, pois era uma amiga.
Ao chegar bem perto, a água ficou morninha, e a amiga se apresentou com Cinty, Cinty Lava, era uma guardiã do núcleo do planeta e era feita de lava.
Cinty tocou, a então sereia Letícia, que ficou igualzinha a ela, e foram juntas conhecer o centro do planeta. Cinty contou que toda aquela lava era na verdade pedras e metais derretidos, que ficavam girando sem parar no núcleo do planeta, explicou que a função deles era muito importante, pois eram eles que geravam o campo magnético que protege o planeta, e faz as bussolas funcionarem. Explicou também que os vulcões eram canais de escape da lava quando a pressão fica muito grande.
__ Não é que ficamos bravos. Disse ela um pouco constrangida.
Num instante, viu o céu e a seu lado Cinty, disse:
__ Não esquenta, rsrs como se fosse possível. Esse é o melhor jeito de chegar lá.
__Lá onde? Perguntou Letícia que começou a sentir um calor enorme.-
Ao olhar para si mesma, percebeu que naquele momento era uma gota d’água e que estava ficando cada vez menor, e começou a flutuar. Nesse instante entendeu o que Cinty disse e se despediu alegremente.
Subiu, subiu, subiu, subiu, e ... começou a ouvir vozezinhas e risadinhas felizes, ao abrir olhos, pois havia fechado-os com medo da subida, viu gotinhas minúsculas de água todas pertinho umas das outras, e perguntou baixinho:
__Ué, eu não tinha virado vapor?
E então, foi respondida em coro:
__Tinha sim, menina Letícia. Esse é o ciclo da água, evaporamos, subimos nos juntamos, viramos gotinhas de novo e flutuamos como nuvens, até nos juntarmos umas as outras, e quando ficamos bem pesadas caímos em forma de chuva.
E nisso, começaram a se juntar, se juntar, se juntar, foram ficando grandes e pesadas e ali, com tantas gotinhas juntas, ficou meio cinza, e de repente “SCATAPOOOOOUUUU”, foi o som de um grande trovão e todas caíram, e a Letícia gritou:
__ Ahhhhhhh, estou caindo.
__ Não se preocupe amiguinha, vai ficar tudo bem.
Assim, ela caiu bem dentro da sua lagoa, onde tudo começou. Letícia sentiu seu narizinho molhado e abriu os olhos gritando. Seu pai, assustado foi até ela e perguntou o que tinha acontecido. Ao contar toda a história, ouviu de seu pai:
__ Foi um sonho filhotinha, você é muito criativa até nos sonhos. Só não entendi, como você sabe todas essas coisas, você ainda não chegou nessa parte da matéria na escola, e eu não me lembro de ter explicado tudo isso. Bom deve ter sido a mamãe.
__ Ai, papai eu já disse, foram a Léia, a Cinty e as Gotinhas que me ensinaram.
__ Rsrsrs. Tá bom filhinha, você é muito linda e criativa.
__ Ai, esses adultos. Hunpf.

FIM

Compartilhe essa obra

Share Share Share Share Share
Inspiração

História que contei para minha filha em uma das noites que eu a coloco para dormir e ela me pede para contar uma história, em vez de ler um livro.

Sobre a obra

Sempre que ela me pede uma história inventada. eu tento falar sobre algo que misture conhecimento cientifico e fantasia, pois acho que os os dois devem sempre andar juntos. Os sonhos nos motivam, e o conhecimento nos impulsiona.

Sobre o autor

Não considero um talento. Mas considero uma tentativa de um pai, que tenta ser presente, e que tenta ensinar seus filhos de diversas maneiras.

Autor(a): MARCIO REIS DA ROCHA VALERIO ()

APCEF/MS