Talentos

Se até

Se confundida ofendes, generosamente perdôo,
Se enfurecida gritas, gentilmente relevo,
Se amortecida silencias, mudo permaneço,
Se extasiada sorrias, na felicidade me esqueço,
Se angustiada choras, lágrimas desfaleço,
Se cansada adormeces, teus sonhos alcanço e vivo,
Se em vão me matas, mil vezes ressucito,
E se rendida me amas, como alucinado grito.
Se até aqui vou me deixando e te deixando me definir,
agravando em nós o que chamamos de futuro,
melhor fugir do que viver em cima do muro.
Melhor fingir do que, tateando,
viver no escuro.
E se com isso você for feliz,
feliz serei, eu juro.
Pois se a distância vai ser remédio,
talvez meu coração eu cure.
Eu curo? Posso mesmo curar?
Pode mesmo a distância nos curar?
Até que somos fortes em fingir
e em encontrar um meio
de afogar dentro de nós
todo esse devaneio,
até que nada mais reste dele dentro de nós,
até que nada mais reste de nós...
até que nada mais reste...
até que nada mais...
até...

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Inspiração

Uma paixão de adolescência inspirou a obra. O nome dela era Maria.

Sobre a obra

Fui tentando colocar em palavras o que sentia à época. Não chega a ser um talento. Nao conheço técnicas ou gramática suficiente pra isso.

Sobre o autor

Amador em fotografia, gosto de explorar as diversas perspetivas fotografando atualmente apenas com meu smartphone. E de vez em quando, gosto de escrever, apesar de não considerar como um talento.

Autor(a): LUIS GUSTAVO MARQUES (Gustavo Marques)

APCEF/ES