Talentos

Flor Pequenininha

Flor Pequenininha

Como brisa primaveril, nasceu Malena, criança que ao invés de chorar despontou rindo ao mundo, doce e delicada rapidamente se tornou a personificação da felicidade que reinava em sua casa, filha de músico ao sentar em seu colo alegrava as canções que seu pai cantava. Cresceu criança feliz, amada por seus genitores, brincava alegremente, corria despreocupada, pois seu existir estava assente em júbilo, ela era singelo botão de flor.
Como calor de verão tornou-se moça, desabrochou com forma feminina encantadora, corpo bem torneado, proporcional, curvas definidas, belo e jovial, aonde ia conquistava todas as atenções, olhares a seguiam examinando, alguns com admiração outros com malícia, mas todos com desejo, despertava entusiasmos e paqueras, constantemente era assediada com promessas apaixonadas. A juventude de suas curvas e a alegria de seu sorriso a tornaram especial, a flor mais bela do jardim.
Como o amarelar e a queda das folhas das árvores no outono, a vida seguiu seu rumo, apaixonou-se, entregou-se as paixões de forma intensa, decepções foram constantes, relacionamentos sujeitos a traições, agressões e abandonos, violentos fardos carregados na esperança de encontrar a felicidade que vivenciara em sua infância, os muitos homens a quem se entregou viraram espinhos que feriram sua alma e apagaram o brilho de seus olhos e no jardim de sua existência virou flor debilitada.
A primavera feliz de sua infância, como flor delicada, desenvolveu-se em sua beleza juvenil como calor de verão tornando-a a flor mais bela do jardim. Com o amarelar do outono em sua fase mulher, os romances malfadados e as ilusões viraram espinhos afiados a ferir-lhe a alma e a transformaram em flor definhada. Hoje, em seu poente, é flor pequenininha, sozinha e amargurada, esperando a sua última estação, o inverno.

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Inspiração

Observando uma mulher sofrida e imaginando como seria a sua vida, o texto saiu espontâneo e virou música,

Sobre a obra

Redação que busca contar sinteticamente contar a vida de muitas Malenas que existem no mundo.

Sobre o autor

Não possuo talento.

Autor(a): LUIZ HENRIQUE DELATTRE (Nino)

APCEF/AM