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Selvageria Civilizada
Há mais de 500 anos, chegaram aqui no Brasil pessoas civilizadas, educadas e cristãs, eles encontraram aqui pessoas nativas e as chamaram de “selvagens”, civilizadamente escravizaram catequizaram, roubaram e mataram os "selvagens".
Depois os mesmos civilizados, prenderam, trouxeram e comercializaram outros "selvagens" e novamente catequizaram, escravizaram, mataram. Depois a civilização prevaleceu e acabou com a escravidão, os civilizados então precisavam pagar aos “selvagens” para civilizadamente serem escravizados.
O tempo passou e os “selvagens civilizados” começaram a reclamar da escravidão civilizada, então os civilizados, resolveram novamente educar, civilizar e catequizar os “selvagens”. Chamaram civilizados de farda e, em nome dos bons costumes e dos valores da família, começou a selvageria e novamente os civilizados prenderam, torturaram e mataram os “selvagens’’ educados e conscientes.
Os “selvagens” que sobreviveram à civilização continuaram reclamando, e os civilizados então cederam um pouco, em nome da civilização, mudaram a forma de civilizar, educar, catequizar e matar. Os “selvagens civilizados” conquistaram o direito de escolher quais entre os civilizados selvagem, conduzirão a civilização, ou seja, decidirão as formas de matar, civilizar, educar e retirar direitos dos “selvagens”.
Os “selvagens” então cederam muito, e desaprenderam a lutar contra a selvageria da civilização e hoje, quando reclamam de algo, os civilizados dizem: precisamos novamente civilizar, educar, prender e matar esses “selvagens’’!
Inspiração
Uma reflexão sobre a nossa civilização, que impõe sua maneira de pensar e não respeita diferenças, e combate o que difere do pensamento hegemônico,produzindo conflitos ao longo da historia da humanidade, com um recorte ao brasil desde o "descobrimento" até os dias atuais, passando pelos anos de chumbo.
Sobre a obra
A obra é uma crônica bem humorada cheia de ironia.
Sobre o autor
Sou alagoano de Maceió, resido e trabalho no Rio Grande do Norte. Escrevo prosa e poesia, escrevo para dizer o penso e o que sinto.
Autor(a): FERNANDO JOSE DE BARROS COSTA FILHO (Fernando Costa Filho)
APCEF/RN