Talentos

DERIVA

DERIVA

De início, as pedras e brasas pareciam duras e ardentes
Não era aquilo que dantes sonhado houvera
Não era conto, nem de fadas, nem de gentes
Era crua realidade e espera
Sem entrega
Sem receitas
Sem esferas.

O coração não se fazia íntimo.
De si mesmo ocultava
Às suas razões,
O infinito.

Em silêncio, regava o claustro.
Não havia farol,
Nem proa,
Nem mastro.

Havia sim, tormenta e escuridão,
Um redemoinho insano,
Intrigas,
Traição.

Foram cores de breu
Camufladas em teu sorriso
Revolta e tempestade,
Sem tela ou pincel.
Longos episódios e memórias
Que se esqueceu, se perdeu,
Sem razão, sem motivo.

Pedras de gelo que ora derretem e fazem queimar,
Como brasas sem fogo à deriva neste mar
De desamor,
De escuridão
De solidão e
medo.

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Inspiração

O pensamento sobre o quanto uma mulher pode se decepcionar diante de um sonho transformado em pesadelo. A violência doméstica, a solidão, o julgamento da sociedade. Vem a imagem de uma tempestade no mar, com um barquinho ali, solitário, sem esperança de resgate.

Sobre a obra

Não costumo me ater a técnicas. Busco mais a sonoridade e o sentimento que a inspiração traz. Penso em alguma situação cotidiana e deixo fluir.

Sobre o autor

Gosto de escrever tanto quanto gosto de ler. É libertador poder expressar em palavras os sentimentos, os pensamentos, as idéias.

Autor(a): ROSIANY DA SILVA RIBEIRO SUFFI (Rosiany Suffi)

APCEF/SP