Saudade

Dias infinitos depois
Nós ouvimos
O tempo
Grandeza absoluta
Parou por segundos
Contemplando o reencontro daqueles que outrora se amaram

Palavras curtas
Escancaram as lembranças vividas de uma memória de amor
Um amor pulsante
Que aquece o corpo e congela a respiração
Um amor que de um lado diz sim
Enquanto escuta a frívola natureza que se expressa em um não!

Assim... Assiste pálido revelado
coração que emudece
Os sonhos atravessam a orla da alma e se apresentam na distância do espírito...

Queres perdão pelo que fizestes... Como se nem se quer sabes por quanto fizeste sofrer?

É humano que perdoado queiras estar... Quem não desejaria ver essa dor se acabar!
Mas de evoluta labuta se esqueces que carece tua alma
Como evoluirá sem que suportes a dor fria e aguda como do inverno são os ventos mais gelidos e escuros


Em verdade te digo
O amor que sentes é do tamanho da dor que terás que suportar

Um dia quem sabe...
O amor se expanda e atravesse denovo um olhar
Uma voz e um sentir

Aquela que amava ao partir
Foi veículo do imenso e infinito sabor que ousaste viver

Contenta-se e rogozija-se com a miraculosa oportunidade que lhe es dada
Eleva aos teus sonhos o dia em que poderás partir

Será tudo novo denovo
Leve e feliz estarás pronto para o que liberto terás
Por hora contemple o prazer da saudade...

Eis que finda por mais uma vez a tentativa transcendental que buscarte provar
Conforta-te com a infinita imensidão da saudade...
A saudade do que pensavas ser teu, mas que nunca foi dela
Pois não cabe... Desaba e se estraga!

Contempla a saudade uivante do que ainda não tens! Mas um dia terás!

A inexplicável, indescritível e imensurável. Saudade de amar!

Sábado, 20 de agosto de 2022

Flaviano Dantas Correia Cardoso