Talentos

Oxalufã

Meu velhinho!
Nasci todo errugado...
Corpinho magro e frágil,
Olhos pequenos,
Lábios, orelhas, nariz de negro;
Os pés...
Ah os pés!
Uma bola, enrolados e torcidos para trás como uma caipora.
A nega Dete ma aparou!
Com tudo que tinha direiro,
mas acima de tudo com respeito, preceito e segredo.
- Corre lá, Luis de Preta, vá na fazenda. Progresso e avisa a Dona Isabel que o neto dela nasceu.
- Carece não. Exclamou minha mãe. ..tarde , o sarapembe ja havia corrido o mundo.
Espiou no bar, O Lugarito Bar na cabeceira da ponte do Conceição. Meu pai, Biribinha festejava: som bebidas, comidas, amigos, mulheres, rojões cortaram o céu. Tamanha felicidade!
"Filho homem..." Ogun na terra! Flamengooo...continuidade da vida e da luta.
Não demorou... eu ja limpo e enfaixado a Veia Isabel chegou. Olhou, olhou...
-Hum, hum... esse menino é Lufã, esse menino é do velho.
Ogun do Tio tá pisando.na frente. ..
Mas ele é do Velho.
Oxalá veio nós abençoar!
Exeeuuu epa! Epaa! Baba!
E ficou assim até meus sete anos
Meu velhinho pra cá,
Meu velhinho pra lá.
Exeeuuuu Babá!
Baba Bemi.
Oxalá veio nos abençoar.

Compartilhe essa obra

Share Share Share Share Share
Inspiração

Conto de origem afrobrasileira. Difundir a cultura dos terreiros de candomblé.

Sobre a obra

Conto sobre Oxala, o orixá criador da vida

Sobre o autor

Só Egbomi (iniciado mais velho) terreiro de CAndomble de Nação Ijexá e empregado da CAIXA.

Autor(a): CARLOS ALBERTO ARAUJO DOS SANTOS ()

APCEF/BA