Acorrentado

ACORRENTADO

Traiu-me o destino.
Sinto tantas dores e por nada desintegra a minha alma,
E por tudo morre meu corpo ofegante,
Lúcido e úmido pela dança dos corpos que não se entregam
Nem se deixam permitir.

Traiu- me o destino.
Sinto faltar o ar e nos cansaços se esvai meu peito.
E por tudo morre minha esperança desbotada,
E por nada cresce minha sina assaz(sina),
Desgarrada dos dias de desalento e cinzas.

Traiu-me o destino.
Sinto a lâmina rente a carne quente.
E por tudo morre minha canção de ninar,
E por nada acende minha tênue centelha de sonhos.
Sonhos que não percorrem as estações.

Traiu-me: destino?

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Inspiração

Da observação das dores recorrentes, dores que nos levam ao chão e que por qualquer tênue esperança nos levam ao mesmo ponto do início de todo sofrimento.

Sobre a obra

A liberdade da escrita é a minha busca. Não busco rigidez da forma ou da norma. Apenas o processo criativo bruto e a "pena" que talha a palavra que chega, dando forma e levando cores, mesmo que acinzentadas, ao leitor,

Sobre o autor

Amo literatura. Sou leitora. Escrevo como quem desabafa.

Autor(a): CLAUDIA VIVIANE DE SOUZA ()

DF