Amanhã não vou querer respostas
Só sua concordância calada
Não há discussão para as frases postas
Nem emoção que eu queira explicada

Vou ser coerente
Não há mais de um jeito de me entender
Não quero saber o que você sente
Ou lados ocultos que eu queira ver

Os anos passam e somos sempre iguais
Reclamo das marcas que o tempo traz
Lembro dos meus outros carnavais
Mas amanhã não vou olhar pra trás

Vou me sentar à sua frente
E você terá que me ver
E por mais que você tente
Não haverá espaços pra se esconder

Não vou provar da sua idiossincrasia
Nem tentar compreender suas razões
E as coisas que você pensa que eu faria
Vão ficar longe de minhas ações

Não queira falar do futuro
Ou resgatar momentos vividos
Me cansei de tatear no escuro
E tropeçar por caminhos percorridos

Não há o que guardar pra depois
Pois hoje tenho os braços descruzados
E se amanhã falarei por nós dois
Agora deixo meus lábios cerrados

Te fito com olhos bem abertos
E espero você se mostrar
Pra falar de instantes concretos
Pra fazer a manhã me mudar