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Monólogo da Luz
Monólogo da Luz
Andava eu por uma longa e cansativa estrada, longa tanto que quase não se findava
Quando vi uma luz gigantesca adiante, bonita e espantosa de tão radiante
Parei a pensar o que aquilo seria: Será que tanta luz a mim serviria?
Será que no mundo essa luz se aproveita? Será luz de deus ou será do capeta?
Porque se deste for eu não quero nem ver! Mas a luz me chamou e você pode crer
Que aquela luz sabia meu nome e sabia que eu estava morrendo de fome
De instante em instante a luz ia crescendo e morrendo de medo virei e saí correndo
Vala-me Deus, Jesus, Ave Maria! O que aquela luz comigo faria?
Saí da estrada e peguei um atalho. No caminho dois homens jogavam baralho
Um era feio, baixinho e chifrudo, o outro mais alto, mais belo e barbudo
Só então percebi o que os dois são: um era Deus e o outro era o Cão
Fechei bem os olhos e me pus a rezar e de tanta fé cheguei a chorar
Quando abri os olhos ambos haviam sumido; no lugar deles uma luz havia surgido
- O que queres comigo luz desgraçada?
- Quero iluminar, meu amigo, a sua estrada
- E por que não deixa que eu siga sozinho?
- Porque só, tu não acharás o caminho
Deixei de conversa e de novo corri e ao longe vi uma paisagem surgir
Era tão linda e arborizada que minha atenção chamou e de tanto correr minha perna cansou
Resolvi ir andando para até lá chegar, mas sentia que alguém estava a me olhar
Fingi que não vi e segui no meu rumo, mas alguém me chamou perguntando se eu fumo
- Fumo não, meu senhor, isso é coisa que mata
- Pois’tão beba um tiquinho da minha cachaça
O homem era lindo, parecia um arcanjo. Bebi a cachaça e entrei pelo cano
O homem era o cão em forma de gente, e eu que não cria nestas coisas de crente
Perdi a visão num só de repente
A escuridão dominou a minha alma, mas uma voz dizia para eu ter calma
De novo era a luz que a mim procurava, e aos poucos a luz se encandeava
De repente eram duas, cinco, dezesseis, e muitas apareceram de uma só vez
Então percebi que eram luzes de velas, e sem saber aonde iria deveras
Deixei que as luzes guiassem meu corpo, afinal, que mal teria? Eu estava era morto
Elas me levaram para aquele lugar que tentava eu ir antes do cão atentar
Lá, bilhetes de entrada, passagem eles não pedem
Era um lugar bonito chamado de Éden
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Inspiração
A obra tem mais de 15 anos que foi escrita, não me recordo os pormenores, mas lembro ter sido um insight enquanto pratica a escrita.
Sobre a obra
A obra trata de um indivíduo que se vê perdido perante um caminho, e nesse caminho encontra alguns obstáculos para chegar aonde deseja.
Sobre o autor
Eu sou apenas um rapaz latino-americano que trabalha num banco kkkk
Autor(a): DIMICHEL BRAGA PRADO (Dimichel Prado)
APCEF/AP