- Página inicial
- Detalhe obra
CINZAS DE SAUDADES
CINZAS DE SAUDADES
(Guilherme Paiva Peixoto)
Dia 24 de Junho...
Dia de São João
Meu avô costumava anunciar:
"A noite mais fria do ano está pra começar".
Os galhos tombados das árvores
Eram cuidadosamente recolhidos
Hora de prepararmos a grande fogueira
Hora de comprarmos os fogos e rojões
Enquanto meu tio preparava os balões.
Arroz Doce, Quindim, Cuscuz,
Cocada, Pé de moleque, Pinhão,
Canjica, Milho Cozido e Quentão.
Da cozinha vinham os quitutes da vovó
Que a todos servia ainda de avental
E as bandeirolas coloridas e perfiladas
Tremulavam no varal.
Estalos, Buscapé, cabeça-de-negro,
Bombinhas de São João.
Tínhamos uma farta munição.
A fogueira já acesa, trepidava labaredas
Meus primos e irmãos corriam em volta
As chamas aqueciam nossos pequenos corações
E lá no alto um céu cravejado de constelações.
Quanta pólvora...
Quanto amor fraternal
A noite podia ser fria,
Mas quanto calor humano havia
Em nosso maravilhoso quintal.
Inspiração
Praticamente tudo que escrevo, tem como fonte de inspiração: leituras, memórias e canções. Neste poema, especificamente, a minha maior fonte de inspiração foi a música "SOLIDÃO DE AMIGOS", imortalizada na voz do grande cantor Jessé, que fundiu-se de tal maneira com as minhas memórias de infância e me vi impelido a escrever um poema.
Sobre a obra
Diz respeito às memórias mais marcantes da minha infância: as festas juninas no grande quintal da casa do meu avô materno e quanto mais ouvia a música "SOLIDÃO DE AMIGOS", mais eu encontrava inspiração para materializar minhas memórias numa folha de rascunho.
Sobre o autor
Descobri a poesia tardiamente, mas sempre gostei muito de filosofia e muito do que escrevo tem sempre um "quê" de filosofia. "Uso e abuso" de conceitos filosóficos e não me preocupo tanto com a estética do poema. Creio que todo poeta seja um filósofo nato e como os antigos gregos acredito que poesia e filosofia estejam "intimamente" interligadas.
Autor(a): GUILHERME JOSE PAIVA PEIXOTO (Guilherme Paiva Peixoto)
APCEF/ES