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Travessia
Travessia
A noite escancara um mundo doente.
A doença do corpo e da alma,
a dor de toda a gente.
O medo espreita sem calma,
exibindo sua garra, impaciente.
A coragem sufocada,
a voz se queda silente.
A cura negada,
covardemente.
A fome generalizada,
inclemente.
A mente atordoada,
a resposta pendente.
O mal espalhado,
despudoradamente.
A vida conspurcada,
extermina a semente.
O futuro aniquilado,
o sonho ausente.
A floresta devastada,
o capitalista contente.
O rio desviado,
o bote da serpente.
O plano genocida,
O líder demente.
A morte se espalha,
vertiginosamente.
A terra toda chora,
a tristeza pungente.
E a esperança, meio descrente,
ainda espera e acredita:
No fim da doença,
na comida suficiente.
Na tirania vencida,
no amor sobrevivente.
No pulsar da vida,
na paz consistente.
Na criança protegida.
Na humanidade unida,
no alvorecer florescente.
Na riqueza dividida,
na alegria permanente.
Eliana de Almeida Alves Veloso
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Inspiração
A inspiração para escrever esse poema veio das dificuldades do momento presente, de tantas dores e sofrimento, não só por causa da pandemia, mas também pelo momento político tão sombrio e desafiador.
Sobre a obra
O gênero dessa obra literária é o poema lírico.
Sobre o autor
Sou empregada CAIXA aposentada e desde a aposentadoria tenho me dedicado mais aos meus hobbies: pintura e literatura.
Autor(a): ELIANA DE ALMEIDA ALVES VELOSO (Eliana Veloso)
APCEF/GO