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Queria ser Tim Maia
Queria ser Tim Maia
Quem na vida, um dia. Não sentiu vontade de chutar o pau da barraca e mandar tudo praquele lugar? Aconteceu comigo, em uma daquelas inúmeras noites que após sair do trabalho, parei pra tomar “umas” e cheguei em casa embriagado, liguei a televisão e adormeci, acordei lá para tantas da madrugada, boca seca e o fígado querendo sair por ela. Meio sonolento, vi que na televisão passava um programa de entrevistas com um dos filhos de Tim Maia (tá admirado? Tim tinha filho sim), que naquele momento relatava as peripécias de seu pai. Um tanto curioso e ainda meio grogue fique ligado na entrevista, foi então naquele momento que me decidi: Quero ser Tim Maia.
Já pensou meu? A partir daquele dia jogaria tudo pro ar, passaria a viver de brisa. Mas nenhum compromisso, nem unzinho mesmo, foda-se o mundo que eu não me chamo Raimundo. Agora era só sombra e agua fresca, agua de coco e muita gela, muito som e Rock Roll, boemia e Whisky com gelo.
Como primeiro ato desse novo Zé, decretava feriado a partir do dia seguinte, trabalho já era, compromisso já era, passaria de imediato um ZAP avisando que não iria comparecer e que não me esperassem mais a partir daquele dia. Aliás, ZAP porra nenhuma, pra que satisfação? Os executivos é que se explodam, a partir desse momento estaria de férias plenas, compromisso para que? “A depende de mim os financistas estão fritos, não aceitarei mais os seus gritos” (desculpa ai Zeca Baleiro).
Estava eu arquitetando meus planos quando escutei uma voz muito distante chamando por meu nome, agucei as “oiças”, orelha em pé, percebi que era minha esposa:
-Zé...
- Zé...
- Zé.
– O que foi mulher? Retruquei!
- Acorda homem. Tua tá atrasado pro trabalho.
Como foi efêmero o meu sonho de ser Tim.
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Inspiração
Tim, Tim, Tim
Sobre a obra
Simplesme escrevi
Sobre o autor
Um simples Contante
Autor(a): JOSE ANTONIO DA SILVA E SOUSA (Zeca)
APCEF/RN