Rio do rio

Meu choro chega ao rio
Navega doce, escorre sal
Não rio, sofro
Fez água minha alegria
O rio espia meu choro
Meu choro represa o rio
Não encho, corro
Agarro-me
Peço socorro
Choro do choro
Não me dou por vencido
Enxugo os olhos
Aprumo meu rosto
Rio do rio

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Inspiração

Em um momento de angústia e dúvidas fiz como sempre faço: visitei caminhos da infância por onde andava sem medo e era muito feliz. De todos os caminhos existia o que me levava a um pequeno rio chamado Confusão e que hoje ainda corre sob o sol das Minas Gerais. Chorei de tudo até secar e ofereci meu choro para ele, como amigos confiam suas dores.

Sobre a obra

A técnica é não pensar em técnicas e deixar as palavras tomarem mil formas, brincar com a inspiração. Não acredito num poema cartesiano, reto, sem liberdade de expressão. "Rio do rio" é formado por frases curtinhas como a espremer o sentir. "Rio do rio" foi a expressão mais bonita para ter guardada no coração da fé em si mesmo. O novo vem e fica.

Sobre o autor

Um ser em busca dos mistérios guardados dentro de si mesmo. Tido como amigo pelos que seguem comigo tantos anos, bravo e amoroso na visão dos filhos, chorão, amado pelos pais e irmãos, sociável, leal, feliz, grato, solidário, empático e simples. Meu talento vem no vento. As palavras me tomam de assalto e se eu deixar para depois o mesmo vento leva.

Autor(a): FABIO MELO DE OLIVEIRA (Fabio)

APCEF/DF

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