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A Educação muda mundos
A Educação transforma mundos!
Aos nove anos de idade, João Marcos, não era diferente dos colegas de mesma idade e convívio: Estudava de manhã, brincava e fazia o dever de casa a tarde; e ao cair da noite ajudava a mãe em alguma tarefa doméstica após tomar banho, e finalizava o dia vendo televisão com o resto da família na sala apertada.
A vida simples na cidade pequena não limitava seus grandes sonhos. Num misto de ingenuidade e confiança, dizia que mudaria o mundo; a começar por sua cidade com nome de santo, que como ele mesmo dizia: Deveria chamar-se “Onde Judas perdeu as botas”. Hospital? Só há 150km de distância! Faculdade? Mais longe ainda! Shopping Center? Só mesmo na TV de tubo de 14 polegadas.
Nove anos depois, contrariando as estatísticas e a família, o jovem franzino, mas com grande força de vontade e determinação, conseguiu uma vaga na universidade com ajuda das políticas do governo federal na área de Educação. Ingressou no curso que tanto sonhara. A mudança não foi simples nem fácil, nem a adaptação à nova realidade. Mas vencer adversidades fazia parte do seu cotidiano.
Realizar seu sonho foi possível graças a alguns anjos; uns com o seu sobrenome, outros anônimos que o ajudavam direta ou indiretamente a suprir as necessidades durante os longos anos até a formatura. A pequena cidade natal era um orgulho só! Com poucos recursos, mas muita solidariedade, ajudavam como podiam com parcas quantias e quitutes caseiros.
Foram anos difíceis para um menino de interior, acostumado com a vida e os hábitos da cidade pequena. Demorou se adaptar; mas desistir era uma palavra que não fazia parte nem do seu vocabulário e muito menos da sua vida. Não tinha nada além do necessário; às vezes até faltava uma coisa ou outra; mas se nutria de sonhos, agora chamados: Projetos.
Mais que uma questão semântica, estabelecer a diferença entre sonhos e projetos, dava a certeza de que dependia apenas dele alcançar o que traçara para o futuro. E focado nisto, não desperdiçava tempo nem energia com coisas que o atrasariam chegar onde projetara.
As vezes travava conflitos internos, não queria contrariar as frases ditas em tom grave pela sua mãe que ecoaram por toda a sua infância, nem os conselhos do padre Bento advertindo-o sobre as tentações mundanas e as armadilhas existentes na busca pelo dinheiro e/ou pelo poder. Se policiava para não ultrapassar a linha tênue que separa a ambição da ganância.
Sem sobrenome pomposo, parente ou amigo influente, via na Educação o único caminho para transformar sua realidade e alcançar seus objetivos. Agarrou-se a ela com unhas e dentes. Não desperdiçou uma oportunidade sequer; foi recompensado por isso: Se destacou durante e após a graduação.
A árdua e longa trajetória daria um o filme hollywoodiano. O menino pobre de interior vence na vida e vira doutor. A sua aparência nem de longe lembrava aquele jovem mirrado que falava baixinho. Mas por dentro continuava o mesmo: Doce, gentil, empático, altruísta. Manteve dentro do si os pilares fincados pela sua mãe viúva, e as pessoas do seu convívio.
Na cidade grande construiu carreira e fortuna, deu tudo que sempre sonhou a mãe e aos irmãos; que preferiram continuar no interior. Retribuiu com juros o que a cidade fez por ele, fazendo até mesmo o que caberia ao poder público.
Mesmo alimentando seus sonhos de infância; abandonou a ideia de entrar na política, pois descobriu que havia outras maneiras de mudar o mundo, a começar pelo micro poderia atingir o macro. Nunca desistiu nem se cansou de fazer isso, doando tempo, energia e dinheiro neste sonho de criança, que virou projeto de adulto, e por fim missão de vida.
Casou-se com uma bela mulher e linda pessoa que o apoiava integralmente em tudo. Os filhos nasceram neste ambiente, cercado de tudo que o dinheiro pode comprar, mas principalmente daquilo que ele não pode. Para ajudar nesta empreitada contou com seu background, a parceria da esposa, e a mãe já grisalha, de pouco estudo, mas muita sabedoria.
Chegou onde chegou, aproveitando as oportunidades, entrando pelas poucas portas que se abriram, e como tantos outros meninos espalhados por este imenso país, privados do mínimo, cuja verdadeira “mãe gentil” são as mulheres que os criaram; viu na Educação o caminho para mudar sua realidade. E estava certo.
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Inspiração
Sou professor por formação, cercado por muitos professores na família, e acredito firmemente nisto; que a Educação é o maior promotor da mudança da realidade, sobretudo dos menos favorecidos.
Sobre a obra
Queria falar do poder da Educação para mudar a realidade das pessoas, então criei uma história de um jovem pobre do interior que foi para cidade grande estudar e venceu na vida. Todo mundo conhece alguém assim,
Sobre o autor
Sou um amante da arte em suas diversas manifestações; e a literatura sempre me atraiu. Desde muito cedo me aventurei em passar para o papel as histórias que via ou vivia, e escrever tornou-se parte de mim.
Autor(a): EDIO WILSON DE SOUZA SANTOS (Pena D'ouro)
APCEF/ES
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