SOBRE A IGNORÂNCIA

SOBRE A IGNORÂNCIA
Márcio Reis da Rocha Valério


"Não há nada mais terrível que a ignorância!” Quem disse isso foi um escritor alemão chamado Goethe que viveu entre 1749 e 1832.
“A ignorância é a “noite” da mente!’ Essa frase foi verbalizada por Confúcio, professor e filósofo chinês nascido em 551 a.C.
“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância!” Oração pronunciada já no século XIX por um pastor batista, ativista dos direitos civis e contra a discriminação racial chamado Martin Luther King.
Os pensadores aqui citados, em diferentes épocas, compartilhavam de um entendimento comum entre eles: QUE A IGONORÂNCIA É UM MAL PARA A HUMANIDADE.
A ignorância deve ser combatida porque nos impede de sermos esclarecidos sobre o mundo que nos cerca, tira a luz e a beleza dos fatos e abre a porta para a obscuridade das “opiniões”.
Me permitam elucidar que opiniões são válidas quando fruto de análises fáticas sobre temas diversos em qual o julgo que se faz é de foro íntimo ligados a individualidade humana. Então não se trata de invalidar opiniões, mas sim de tomá-las a luz de verdades e para isso apenas o estudo é método eficaz e eficiente.
Citando mais uma personalidade que dispensa apresentações, Jesus Cristo disse “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”, essa frase pode, dentro do contexto em comento, ser interpretada como sendo a ignorância uma prisão e o conhecimento uma sentença libertadora.
A ignorância é mãe de todos os vícios, sendo que os ignorantes são por vezes grosseiros e irascíveis, pois romper as trevas da ignorância pode ser desconfortável enquanto permanecer onde se está, é cômodo.
Platão, em seu texto denominado o Mito da Caverna, apresenta uma situação hipotética onde pessoas nascidas e mantidas presas em uma caverna podendo olhar apenas para a parede a sua frente onde se viam sombras projetadas por uma luz que vinha de trás deles, tinham sua realidade percebida e aceita como aquilo que ali enxergavam.
Pois bem, ocorreu que uma dessas pessoas, se libertou e ao sair da caverna teve sua visão atacada violentamente pela luz do sol e isso o fez sofrer a ponto de pensar em retornar para dentro, no entanto ao perseverar em sua aventura seus olhos se abriram para um novo mundo, o mundo real e imutável que se apresentava a ele.
Extasiado com a vastidão de cores, formas e vida que descobrira voltou aos seus para contar-lhes as descobertas, mas foi desacreditado, ofendido e até ameaçado de morte pelas supostas blasfêmias que dizia, afinal como poderia ser verdade se todo o conhecimento de mundo deles era outro.
O ignorante, ainda que livre, é escravo. Permitam-me inquirir, caso a pessoa que se libertou fosse capaz de libertar todos os outros, todos eles se aventurariam fora da caverna? Será que algum deles, talvez com medo do que haveria por vir e talvez até com o intuito benevolente de proteção, tentaria impedir os que quisessem ver a luz do mundo verdadeiro?
Bom, é nesse contexto que entendo que pior do que ser ignorante, é não querer aprender, ou ainda mais temerário seria tentar impedir aqueles que querem, afugentando as luzes e intensificando as trevas em constante combate contra a Verdade.
Esse combate à verdade e a consequente falta de informação que causa, não surpreendentemente, por vezes leva ao fanatismo que é um zelo excessivo ou adesão cega a certos preceitos/doutrina que leva a extremos de intolerância.
O fanatismo perverte a razão e retroalimenta o ignorante levando-o a praticar ações condenáveis em nome de sua crença, valores ou princípios.
Dessa maneira é de suma importância permitir-se ouvir, ver, aprender coisas novas e manter-se em constante crescimento, moral e intelectual através do estudo, bebendo de fontes diversas e confiáveis pois dessa forma ficará cada vez mais fácil “separar o joio do trigo” e fazer escolhas cada vez mais acertadas gerando um círculo virtuoso de aprendizado.
Não se deve ficar preso ao conservadorismo, pois por vezes a realidade que conhecemos é precária e ilusória sendo, entretanto, a busca pela verdade através da razão, penosa e dolorida, mas no final libertadora além de ser a única forma de se alcançar felicidade e realização reais.
Por fim concluo que não se deve ter receio de externalizar o novo que se aprende pois é assim que se poderá mudar o mundo.
Compartilhar o conhecimento, que deve ser compartilhado, interpretando e entendendo o presente que temos para melhor construir o futuro que desejamos.

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Inspiração

Foi o tema que escolhi para apresentar um trabalho em um grupo de estudos do qual participo. Tema bastante atual no contexto não só brasileiro, mas mundial.

Sobre a obra

Trata-se de uma reflexão pessoal acerca do tema "ignorância", baseado em conhecimentos literários, acadêmicos e porque não, também empíricos.

Sobre o autor

Me chamo Márcio, trabalho na CAIXA desde 2008. Sou arquiteto e amante das mais variadas expressões artísticas.

Autor(a): MARCIO REIS DA ROCHA VALERIO (Márcio Reis da Rocha Valério)

APCEF/MS


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