LAMENTO

Não faz nem muito tempo
Que eu aqui parei
Olhando pro meu tempo
Assim me deparei

Foi tantas desventuras,
Tantos passos fardos
E hoje nessa altura
Restou o cansaço

Nem sei se meu passado
Fez o meu presente
Presente e passado
Futuro, ausente

São os passos que cruzam os meus caminhos
É a vida que leva ao desfiladeiro
É a vida cruzando outros caminhos
São os passos que segue no desfiladeiro


Não faz nem muito tempo
Que eu ali passei
Procurando atento
Futuro, almejei

A vida é um sertão,
Cicatrizes no couro
O caminho em vão,
Na poeira, meu choro

Passo e cansaço
Alma e lamento
Me assombra o passado
Futuro, tormento

São os passos que cruzam os meus caminhos
É a vida que leva ao desfiladeiro
É a vida cruzando outros caminhos
São os passos que segue no desfiladeiro


Essa vida, comprida, convida meu choro
Cicatrizes no couro

Esse passo, compasso, compondo tensão
A vida é um sertão

E sigo em disparada
Como boiada

Sigo o meu sertão
Como boiada

O caminho em vão
Boiada...

Êh boi, êh boi
Sem rumo a boiada

Êh boi, êh boi
Arreda da boiada

Êh boi, êh boi...

“São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida...
É pau, é pedra, é o fim do caminho”

É o fim do caminho?

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Inspiração

Os questionamentos dos estágios que a vida nos leva.
O ser e não ser de uma vida.

Sobre a obra

Sem técnica especifica... Como leigo que sou, busquei retratar a vida me espelhado aos aboios de vaqueiros no sertão e suas canções de lamento.

Sobre o autor

Desde criança apreciando os programas de rádio desenvolvi o dom natural de interpretar e posteriormente compor músicas. A Arte é algo que tenho guardado no peito e que, de vez enquanto, extravaso compondo poemas e canções.

Autor(a): HELIO ARAUJO DE ALMEIDA (Helinho de Almeida)

APCEF/GO


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