Dentre o Fumacê

Dentre o Fumacê

Nasci nesse Cerrado
De céu azul claro e sem nuvens
Onde o sol vermelho evapora o orvalho ralo
De noites gélidas e entardecer dourado

Mas vejo o horizonte embaçado
Esfrego as vistas
Limpo as vidraças
Pisco 3 vezes para ter de volta o meu sonho encantado
A natureza altruísta, repleta de graças

Ah! Quem me dera a minha paisagem de antes
Meu entardecer de quietude e descanso foi miseravelmente acinzentado
Modificado por um fumacê desesperado

Atordoado o passarinho segue fiel sua simplória mas grandiosa rotina
Saudar o novo dia
Acreditando no novo e agradecendo por tudo que um dia existiu

As veredas de minha terra
Viraram labaredas vil
E mesmo sufocada ainda sim espero e anseio
Que meus versos soem ligeiro
Como um pedido de socorro certeiro
Ao verde das matas
Nosso Berço das águas
Que caia a chuva mansa no coração do Brasil



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Inspiração

Minha inspiração foi uma conversa como uma colega caixa, nos dias difíceis das queimadas criminosas de 2024 ....ela reclamou que olhava para fora da janela e via tudo embaçado...tentava limpar a janela de tanta agonia não querendo acreditar que estava vivendo na fumaça

Sobre a obra

Transformação de conhecimento empírico em versos.
Visualização das situações de modo natural

Sobre o autor

Apaixonada pela natureza, ativista, gestora ambiental, mãe de 4 crianças, 20 anos de caixa e fotografa por hobby

Autor(a): Luciana da Silva Pereira Magalhães (Lu Magalhães )

APCEF/DF


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