A NATUREZA PEDE SOCORRO

A NATUREZA PEDE SOCORRO

Amanheceu.
Um lindo domingo de sol de primavera fez com que Laura em conversa com sua amiga Clara relembrassem os tristes acontecimentos do outono.

Clara comenta:

— O ano de dois mil e vinte e quatro ficará marcado na história de nosso amado Rio Grande do Sul pelos desastres ambientais provocados pelas intensas chuvas.

Laura relembra que desde o final de dois mil e vinte e três a população sentiu a força da natureza, dos rios e lagos do Rio Grande do Sul. O povo chorou pelas perdas de vidas, de empregos, de moradias, de escolas, de hospitais e postos de saúde, foram tantas situações de calamidades vividas.

O choro se espalhou, o avanço descontrolado das águas inundou inúmeras cidades, a capital gaúcha e de dor o coração de todos os brasileiros. Por outro lado, brotou no fundo da alma de cada um a força da união, do amor ao próximo, da solidariedade e da caridade acima de qualquer dificuldade. Foi impossível se manter alheio ao sofrimento dos gaúchos.

O tempo segue o seu rumo, os rios e lagos se acalmaram, o trabalho árduo e a força de um povo aguerrido e forte fará com que aos poucos a reconstrução aconteça. Laura comenta.

— Sim, Clara. Agora o sol brilha, e qualquer chuva mais forte nos faz sentir medo. Aquela sensação de paz, prazer e descanso ao ver os pingos de chuva na janela, transformou-se em pânico e só o tempo vai acalmar nossos corações.

— E os responsáveis? - Pergunta Laura.

— Todos questionam. O povo desrespeita a natureza, joga lixos pelas ruas, invade áreas de preservação, constrói indiscriminadamente desde pequenos casebres à beira de rios até prédios gigantes, sem a devida estrutura de esgotos. Também os governantes atuais e os do passado tem sua responsabilidade e me atreveria a dizer que inclusive os imigrantes que se instalaram desde sua chegada no Sul do Brasil em áreas indevidas. Todos são responsáveis e resta a urgência da retomada pela proteção da natureza. - Responde Clara.

O sofrimento e o caos não podem ser esquecidos, as providências e a prevenção urgem, há um grito de socorro que ecoa nas comunidades destruídas. - Complementa Clara.

— E agora, o grito se espalha pelos estados destruídos pelas queimadas.... a dor pelo fogo que ainda ontem era da água - Termina Laura com lágrimas no olhar.

A natureza pede socorro e o ser humano segue a ignorar.

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Inspiração

A calamidade climática que atingiu Rio Grande do Sul e afetou toda a população de alguma maneira.

Sobre a obra

Decidi explorar a possibilidade de me expressar pelo gênero conto, utilizando narrador e personagens fictícios vivendo um acontecimento real em um espaço temporal curto.

Sobre o autor

Iniciei como escritora de contos a partir de oficinas literárias com o professor Alcy Cheuiche, realizadas na APCEF/RS e AGEA/RS. Quando escrevo, sinto que posso transmitir com facilidade meus sentimentos e opiniões.

Autor(a): MARINES CASTILHO ROMEU (Seniram)

APCEF/RS