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Dias cinzas, noites cinzas
Dias cinzas, noites cinzas
Nem em meus piores pesadelos imaginei os dias tenebrosos que permeiam pela minha vida. Dias cinzas, noites cinzas, paredes cinzas, os pesadelos não marcam horário, os pesadelos são onipresentes. Dias cinzas, noites cinzas, e eu preso nesse infindável mundo aleatório de cores opacas, cores indistintas, cores sem cor. Em meus dias bons sempre sonhei com sol no rosto, cabelos ao vento, pés descalços, banhos de chuva. Mas os sonhos nem sempre caminham junto à realidade. Dias cinzas, noites cinzas, essa é minha realidade. Sonhos? Sonhos cinzas. O que o futuro me reserva? Sol e vento no rosto? Ou a imensa escuridão de meus devaneios? Posso sonhar com dias coloridos? Ou me entregar à escuridão e à solidão? Demônios me perseguem, sombras cinzas me cercam. Que existência nebulosa é essa? O que fiz para merecer viver em constante penumbra? Minha aura é leve e límpida, como explicar a escuridão? Partirei para sempre desse mundo, envolto em manto escuro, invisível aos olhos de todos? Ou a vida me reservará alguns míseros dias de luz e felicidade? Continuo lutando por sonhos, em vez dos constantes pesadelos. A luta é difícil, no meu canto cinza as horas não passam e penso ser impossível vencer. Por um momento, vislumbro uma pequena flor, um leve raio de sol, uma luz lá no horizonte, mas é apenas um lampejo da felicidade que outrora vivenciei, um lampejo de dias felizes com pessoas próximas. Dias tão longínquos que são apenas borrões na minha memória. Os dias atuais tem sido uma repetição da insanidade que me encontro. Por instantes não sei mais quem sou. O que esperar de minha insignificante existência? Que propósito tenho eu nesse mundo tão cruel? Dias cinzas, noites cinzas. Sobreviverei a mais um dia sem cor? Não sei se tenho forças para tal. Viver nas trevas não é viver, é um vazio inconsolável. Em um último esforço, volto a sonhar com dias luminescentes, com noites resplandecentes. Meu coração, tão apertado, chega a ter um fio de esperança. Mas minhas vistas se turvam e a tenebrosidade de minha realidade volta à tona. Escuridão, insegurança, medo. Minha prisão é de segurança máxima e minha sentença é de prisão perpétua.
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Inspiração
A inspiração veio da campanha Setembro Amarelo, que é sobre a conscientização e prevenção ao suicídio. A poesia reflete a realidade de muitas pessoas que estão passando por um momento de tristeza e veem dias sem cor.
Sobre a obra
A poesia é altamente emocional e introspectiva, explorando sentimentos profundos de tristeza e desesperança. Foi utilizado a repetição e aliteração no texto, para criar ritmo e ênfase, além de dar um efeito sonoro. Explora também a imaginação, com o uso de imagens sensoriais para descrever cenas e emoções.
Sobre o autor
Eu gosto de fotografar e pintar. Já participei de várias edições do Talentos Fenae nessas categorias. É a primeira vez que me aventuro a escrever uma poesia.
Autor(a): LIDIANNE AKERLEY SILVA (Lidianne Akerley)
APCEF/MT