Se a cada instante eu penso,
No advento de novos tempos
É ao mesmo passo me convenço
Que nada está lá dentro.

Mas dentro de onde?
Dos corações, da mente, dos intelectos pensantes,
Dos antes fumosos, cobiçosos e ávidos “cognoscitíveis”
Dos humanos filosóficos, propedêuticos e hermenêuticos.

Mas onde foi parar o sorriso xaroposo da razão?
Onde se escondeu o argumento existencial cartesiano?
Será que da caverna alegórica ninguém foi liberto?
Ou será que a juventude cansou de si mesma no atual manifesto?

Manifesto inegável esse é que os grêmios se calaram,
O compartilhamento fulguroso de novas ideias cessaram,
Em um país que não pediu pra nascer,
Mas que já nasceu sem nunca ter vivido,
Um pouco do que muitos haviam tido,
Do amor fraterno pelo solo da pátria amada e mãe gentil.

Hoje se convence que a justiça é um juízo de valor,
Mas, se tudo se baseia na justiça e no fundo ela não existe,
Afinal qual o paradigma do que é certo persiste?
Espere aí que a certeza também é valorativa
Ou é mais uma baboseira descritiva,
Das doutrinas que no âmago criam um maciço sustentáculo
Para cantoneiras enferrujadas que seguram a água no próprio mar

A informação é perecedoura, transeunte e transiente
A música é incipiente,
A racionalidade é insensata, ufana e decadente,
Pois a grande maioria, e até mesmo a maioria das minorias
Prefere olhar a fenestra virtual diária da sociedade,
Do que tentar entender e mudar a política,
Do que tentar reverter a ordem jurídica,
Do que tentar recomeçar um novo país.