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Dilema de Pescador
Dilema de Pescador
O mar, o barco e o dia, todo dia
Eu, pro mar, devo vir, pois que preciso.
Se tem tormenta, pelo mar me visto,
Pois é o mar de fora que me guia.
O guerreiro que foge perde a renda,
O guerreiro no mar ele se arrisca.
Eu do mar pego o peixe e deixo a isca.
Quem é do mar dele não foge apenas.
Mas nem tudo são peixes: meu dilema.
Tempestades também, Rosa me diz.
Rosa me quer na venda, quer que eu atenda.
Antes mesmo do sol, o mar já canta.
Bem cá no meu jardim Rosa me quis.
Eu , do mar, fui pro mar, o mar que encanta.
Inspiração
O soneto foi inspirado na lida diária do jangadeiro, que todo dia vai para o mar movido por duas forças: a necessidade do sustento da família e a aventura de lançar-se a um mar cheio de mistérios. Uma terceira força dialoga em sua mente, que questiona se vale a pena correr tanto risco. No meio desse dilema, ele sempre opta pela aventura no mar.
Sobre a obra
Um soneto decassílabo em homenagem ao Jangadeiro, que, protegido pela fé, volta todo dia para casa, depois de batalhas e aventuras no mar, em busca do sustento. Uma tentativa de resgatar a poesia e a beleza do cenário do pescador, contando um pouco desse dilema cotidiano, que, assim como a maré, diariamente influencia as decisões do guerreiro.
Sobre o autor
Assim como nas arte visuais, eu também utilizo na literatura as cenas do cotidiano como matéria prima, para extrair delas a beleza muitas vezes escondida nas coisas simples. Em minha primeira aventura literária no Talentos, no soneto Dilema de Pescador uso uma temática recorrente em minhas pinturas: o mar, o barco, a natureza e o homem.
Autor(a): LUIZ HENRIQUE LINS BARROS DE CARVALHO (Luis Lins)
APCEF/PE