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A Menina que Caçava Pirilampos

A Menina que Ccaçava Pirilampos
Contam os mais velhos daquele lugar, situado muito longe dos grandes centros urbanos, que havia uma menina muito inteligente e esperta. Para todas as situações sempre tinha um jeito ou uma solução, para resolver os seus problemas. Ninguém do lugarejo sabia explicar, porque ao cair da noite, a menina pegava um puçá, daqueles que pegamos borboletas, e adentrava o matagal, para apanhar pirilampos. Minutos depois, a menina voltava toda contente, com uma garrafa cheia dos pirilampos piscando, e apressada corria até sua casa e ficava trancada em seu quarto. Muitas vezes, seus pais, tinham que obrigá-la a sair, para jantar ou ingerir um alimento, antes de dormir. Mas antes de ir para cama, a menina abria a janela do quarto e soltava todos os insetos capturados.
Certo dia, chegou ao lugarejo; um médico, juntamente com uma caravana de outros profissionais, para fazerem uma ação de apoio médico-social, destas que são comuns nos dias de hoje. Aquele homem; ficou intrigado com a história da menina que caçava os pirilampos e depois os soltava, e passou os dias em que esteve no lugar, observando atentamente aquela garota. Consultou os moradores e a professora da escola local, todos foram unânimes em elogiar a menina. Um comentário da diretora, foi o que lhe chamou mais atenção. A menina adorava ler e contar muitas histórias, segundo ela, a garota já tinha devorado todos os livros da biblioteca, não havia nenhum que ainda não tivesse sido folheado por aquela aluna.
Na véspera de ir embora do lugarejo, o homem resolveu ir visitar a casa dos pais da menina, justamente no horário em que ela ia caçar seus pirilampos. Ao ser recebido pelos pais, foi logo indagando se eles sabiam para que ela apanhava os bichinhos. O pai, na sua simplicidade, apenas pediu que ele aguardasse um pouco enquanto saboreavam um café da roça. A menina ao retornar, foi passando para seu quarto e nem prestou atenção na visita do médico. Seu pai pediu para que ela não trancasse a porta do quarto, e minutos depois, quando tudo estava silencioso, o visitante foi conduzido ao aposento da garota, para observar o que ela fazia. Ficou surpreso ao ver que a menina usava os pirilampos presos na garrafa, como uma lanterna, para que ela pudesse ampliar seus conhecimentos e aprimorar sua leitura, visto que não havia luz elétrica no lugar e as lamparinas e candeeiros eram apagados, para economia do querosene que os alimentava. Apenas perguntou à menina: qual seu sonho garota? Ao que ela respondeu sem titubear: Ser uma grande escritora e poder contar suas histórias para outras pessoas. O homem emocionado, despediu-se e voltou para onde estava hospedado.
Ao retornar, o médico contou a história que havia presenciado, para sua esposa. A mulher ficou interessada em conhecer a menina e na primeira oportunidade rumaram para aquele lugarejo. A mulher do doutor, era simplesmente uma escritora renomada e ofereceu ajudar a menina para realizar seu sonho. Anos mais tarde, ao lançar sua primeira obra, aquela menina, já então mulher, teve a honra de autografar e dedicar seu primeiro exemplar à sua madrinha. Mesmo tornando-se uma celebre escritora, aquela menina nunca esqueceu suas raízes e conseguiu melhorias para seu povo, e sempre que pode vai visitar o lugar, e ao cair da noite, ainda brinca de caçar os pirilampos.

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Inspiração

Lembrança de coisas que fazíamos nos tempos de menino, aliado à imaginação criativa.

Sobre a obra

Criação de um contador de história, tempo, lugar e fatos cronologicamente colocados no texto e só...

Sobre o autor

Amo arte e sou feliz. Minhas obras são a tradução do que a imaginação produz.

Autor(a): EDUARDO BALIEIRO DE SOUZA (Edu)

AP