Talentos

Na Travessa

Não há tempo
Não há o que escrever
Há o que ler
Muito o que ler
Nas prateleiras, meu livros parecem frutas
Embrulhados em jornais - que não li
Imaturos
Aguardando que eu amadureça
Por falar em frutas
Há saudades dos pomares
Havia goiabas, jamelão, manga e abil
Falarei, então, sobre saudades
Dos quintais e das ruas
Do tempo em que a chuva era convite
E não janelas e portas fechadas
Para a saudade qualquer tempo basta
Não precisa escrita
Nem leitura
A saudade basta
Mas não há tempo nem para saudades
O tempo não basta
Não há tempo

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Inspiração

Num ambiente para a leitura - a Livraria Travessa do CCBB do Rio - reparei quantos livros possuo e quantos ainda não li. Percebi que os livros possuem tempo de maturação. E nós também. A leitura se completa com as vivências, lembranças e saudades.

Sobre a obra

Escrito na correria, nos últimos dias, na capa de revista, este "poema" poderia ser somente pensamentos com validade curta. Mas, quis o acaso que se tornasse mais que isso. Vejamos sua validade, agora. Será que vale?

Sobre o autor

Meu nome é Luiz Eduardo Barros. Tenho 34 anos. Moro em Duque de Caxias na baixada fluminense. Sou pai da Helena e do Miguel. Casado com a Erica. No ano passado fui o primeiro colocado no RJ, em poesia. Com poema infantil que publiquei recentemente como o livro Cadê o Menino? pela Ed. Viseu.

Autor(a): LUIZ EDUARDO BARROS DOS SANTOS (Luiz Eduardo Barros)

APCEF/RJ