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Sinhá
Sinhá
Chico Buarque
Se a dona se banhou
Eu não estava lá
Por Deus Nosso Senhor
Eu não olhei Sinhá
Estava lá na roça
Sou de olhar ninguém
Não tenho mais cobiça
Nem enxergo bem
Para que me pôr no tronco
Para que me aleijar
Eu juro a vosmecê
Que nunca vi Sinhá
Por que me faz tão mal
Com olhos tão azuis
Me benzo com o sinal
Da santa cruz
Eu só cheguei no açude
Atrás da sabiá
Olhava o arvoredo
Eu não olhei Sinhá
Se a dona se despiu
Eu já andava além
Estava na moenda
Estava para Xerém
Para que talhar meu corpo
Eu não olhei Sinhá
Para que que vosmincê
Meus olhos vai furar
Eu choro em iorubá
Mas oro por Jesus
Para que que vassuncê
Me tira a luz
E assim vai se encerrar
O conto de um cantor
Com voz do pelourinho
E ares de senhor
Cantor atormentado
Herdeiro sarará
Do nome e do renome
De um feroz senhor de engenho
E das mandingas de um escravo
Que no engenho enfeitiçou Sinhá
Inspiração
Sempre admirei as obras destes dois grandes artistas:Chico Buarque e João Bosco.
Sobre a obra
Entre todas as canções destes dois grandes compositores brasileiros tenho um carinho especial por Sinhá pela história cantada na canção.
Sobre o autor
Desde cedo fui um grande entusiasta de todas artes, em especial a música. A música materializa todas as formas e sentimentos da vida.
Co-Autor(es)
Intérpretes
RONALDO DE OLIVEIRA | APCEF/RJ
Integrantes
RONALDO DE OLIVEIRA | APCEF/RJ
Autor(a): RONALDO DE OLIVEIRA (Ronaldo Oliveira)
APCEF/RJ