Patrocínio em Camisa de Futebol

Patrocínio em camisa de Futebol

Quando contei a história da cabrita que criamos, um amigo me elogiou dizendo não conhecer “essa veia memorialista”. Agora a pouco quando refleti em torno de uma afirmação de Gabriel Garcia Marquez de que “voltar à Colômbia é ter certeza de que tenho saudade de um lugar que não existe” fui chamado de saudosista, é claro que prefiro a primeira afirmação, até porque me esforço para manter as lembranças(por isso escrevo), mas não é me prender na saudade, continuo fazendo planos e perseguindo sonhos, (nos próximos três anos termino uma faculdade, começo outra e vou enfim andar de skate), mas um outro amigo me cobrou outras lembranças partindo do texto da cabrita, e eu neste mesmo texto prometi contar como aquele time de menino foi o primeiro time de futebol a ter patrocínio escrito na camisa, então vamos lá lembrar um pouco e puxar da memória dos outros o resto da história.
Aquele time de menino se não me engano começou com uns jogos entre os meninos das ruas do bairro, 2 ruas num time, duas ruas no outro, depois ficamos jogando já com o nome de Bairro Jardim, e usávamos as camisas mais velhas do time de “jovens adultos”
Lembro bem que o segundo quadro tinha uma camisa listrada parecida com a camisa do Bangu, mas aquelas camisas eram muito grandes para todos nós, então um grupo de meninos, capitaneados pelo Mauro começou a fazer umas visitas para as empresas e pedir um apoio para comprar de uniformes e material esportivo para nosso time, eu não estive na visita à Catauto e não me lembro se o Betinho já jogava com a gente, e olha tem que se fazer justiça para que ninguém pense que ele jogava porque o pai dele patrocinou as camisas, o cara jogava bem, ele, Mauro e Vitão faziam um belo triângulo pelo meio do ataque. Voltando ao uniforme, a Catauto ajudou na compra das camisas e das meias e a Dona Emília Peixoto doou o tecido para confeccionar os calções, que eram brancos e de amarrar com uma corda que chamávamos “enfieira” (era esse mesmo o nome não?) a Dona Lôlô, mãe do Totõe, possivelmente com a ajuda de outras mães, costurou os calções, que o Nilmar pintou nas barras das pernas com as letras ECBJ e os números, e bordou o escudo com linhas amarelas e logo abaixo dele, em linhas brancas bordou o nome CATAUTO, que era na época a revendedora de carros da Volks em Cataguases e era de propriedade do SR Aloísio Nacarati e assim que estreamos o uniforme novo e patrocinado no campo de terra que havia onde hoje é parte da Industrial, um pouco antes da entrada do cemitério municipal. Fica aqui minhas curtas lembranças, quem se lembrar de mais e quiser contar de novo ou acrescentar sintam-se à vontade, e o compromisso de resgatar outras histórias que vou lembrando, antes que o Ivair me cobre, as histórias do Totõe; as histórias de treinar e manter aquele uniforme (espero que tenha por aí ainda alguma daquelas camisas, gostaria muito de vê-la) e algumas histórias do próprio campo.
P.S O Serginho postou outro dia uma foto desse time com o uniforme.

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Inspiração

Lembranças de meu time de meninos no Bairro Jardim, 1971 ou 1972

Sobre a obra

Conta a hisória de como conseguimos uniforme para nosso time de meninos.

Sobre o autor

Entrei na Caixa em 1984 e aposentei em 2018

Autor(a): MARCOS VINICIOS DE MELO (Marcos Melo)

APCEF/MG