APRENDER A VOAR

APRENDER A VOAR



Gerado do pó do solo

De água e minério formado

Nas narinas fui soprado

Caindo em materno colo.



Somei as pedras da idade

E o bater do coração

Meus pés tão firmes no chão

São presos à gravidade.



Quão cruel esta gaiola

A nos prender noite e dia

Nos cerca intensa porfia

Que a liberdade imola.



Nossas asas querem céu

Nosso rosto, o frio vento

Liberdade deste assento

E a cegueira deste véu.



Contudo, voam os anos

Com idade, vem leveza

Não mais importa a certeza

Pouco importam os planos.



Vejo um alado caminho

As pedras caem da mão

Meus pés já saem do chão

Me torno então, passarinho...

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Inspiração

Sempre meditei na efemeridade da vida humana, e após uma recente cirurgia de câncer, minha visão ficou mais latente, e me expressei pela arte.

Sobre a obra

Poemas em quadras, formato ABBA com rimas líricas. Estilo clássico de poema.

Sobre o autor

Poeta desde muito jovem, tenho participado do Talentos Fenae há alguns anos, e ano passado lancei um livro de poemas líricos. Também sou cronista, ensaísta e Artista plástico. a Arte é minha melhor companheira e confidente, e a língua que melhor me comunico comigo e com o mundo ao redor.

Autor(a): PAULO SERGIO SOUZA AZEVEDO (Paulo Azevedo)

APCEF/MS