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Sem Lugar
Sem lugar
No lugar do coração,
Água é que bate no peito
No lugar de uma casa,
Dejetos de um rio sem leito.
No lugar das plantações,
Horror brotando do solo
No lugar de uma família,
Órfãos em busca de colo.
No lugar das alegrias,
Incerteza, dor, doença
No lugar onde a esperança
Digladia com a descrença.
Pardo, Jacuí
Sinos, Taquari
Até o Guaíba
(ora lago ora rio)
Tem o sépia
do Gravataí.
E não se sabe o que é barro
O que é lixo, é tudo nada.
Seriam corpos à deriva
Ou uma prece afogada?
Sem lugar pra se recostar
Sem lugar pra recomeçar
Chorando lágrimas e lodo
O Grande Sul pede socorro!
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Inspiração
das enchentes do RS, um caos poético.
Sobre a obra
Sem métrica, deixando o pulso e o impulso conduzirem.
Algumas rimas e aliterações, além de certa musicalidade.
Sobre o autor
Rabisco e cantarolo bobeiras.
Autor(a): LEOCADIA SOARES DE OLIVEIRA (Leocádia)
APCEF/RR
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