Lamento da Floresta

Choram as folhas em lamento febril,
O vento lamenta, em um suspiro letal,
Chamas que dançam, com poder vil,
Roubando da terra o vigor natural.

O céu, que era azul, em cinzas se perde,
Coberto em mantos de luto pesado,
Pássaros que antes cantavam com alarde,
Agora se calam, num silêncio amargurado.

Raízes que outrora sustentavam a vida,
Erguendo ao alto o verde em seu esplendor,
Hoje, na tristeza, veem a morte vívida,
E os animais lamentam seu destino de dor.

O solo queimado, em agonia se racha,
Lágrimas secas não encontram o mar,
Nosso planeta, em pranto, desaba,
Implorando por um futuro a preservar.

A fumaça que sobe, sufoca e assombra,
Envenena o ar, esvai-se a respiração,
As pessoas, aflitas, como sombras se dobram,
No fogo que devora, sem dó ou compaixão.

Quem queima não vê, na cegueira insana,
Que destrói o que é seu, fere a terra amada,
O bioma ferido, cambaleante, se engana,
Ao sonhar com respeito, paz renovada.

Que as chamas se apaguem e a vida floresça,
Que a floresta renasça, entoando nova canção,
Pois o lamento da terra, em eco se fortaleça,
Num grito de urgência, que clama por ação.

Que as chamas se apaguem, a vida floresça,
E a floresta renasça com pura devoção,
Pois a vida é valiosa, e o mundo a deseja,
Sem a floresta em pé, vem a destruição.
Nossa vida, de todos, depende do verde,
Sem ele, o fim será nosso cruel refrão.