Que fase

Que fase

Acordou assustado, relógio parado
Pra reunião estava atrasado
Já sentiu no rosto a vermelhidão
Pensando na cara do seu patrão
Que fase!

Pro banho bem rápido logo partiu
De repente um estouro e fumaça viu
Chuveiro queimado e corpo molhado
Tremeu seu corpo e ficou resfriado.
Que fase!

Depois no closet seu terno vestiu
Mas a gravata vermelha, achar não conseguiu.
O jeito foi pegar outra, mesmo sem combinar
Mais atrasado não podia ficar.
Que fase!

Direto pro carro a chave ligou
Mas não deu partida, então congelou
Sem bateria, parece um complô
Tudo estava contra. Tudo em desfavor
Que fase!

Chamou logo o taxi, pedindo urgência
Motorista chegou pedindo paciência
Trânsito difícil, coincidência infeliz
Pra não dar um grito apertou o nariz
Que fase!

Chegou no aeroporto já muito estressado
Na fila gritou pra não ser barrado
Não teve jeito, voo fechado
Na poltrona sentou-se decepcionado
Que fase!

Bem abatido pra casa voltou
Reclamou várias vezes e até praguejou
Quanta coisa ruim em tão pouco tempo
Acabou sua sorte, conclusão do momento
Que fase!

Horas depois na TV a manchete
Não chegou ao destino o voo 157
Coincidência ou fé, não sabe o que é
Mas tudo virou a seu favor, pois é.
Que fase! Que fase sensacional!

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Inspiração

Poesia é catarse da alma. Tratamos com ela aquilo que nos afeta diretamente ou o que percebemos ao nosso redor. O poema surgiu quando alguém reclamou de sua fase de vida. Ao ouvi-lo, pensei que nem tudo é como imaginamos. Comecei a escrever e as palavras fluíram.

Sobre a obra

O poema surgiu diante de uma reclamação de alguém. Refleti sobre a complexidade da vida e na dificuldade de lidar com esta multiplicidade de situações diárias. Assim, coloquei em versos livres, mas com rimas, os desencontros e contra tempos que acontecem no cotidiano e como isto pode mudar radicalmente o destino.

Sobre o autor

Sempre gostei de escrever e aos 10 anos fui premiado, mas depois o lado escritor ficou adormecido. Contudo, após uma perda familiar o escritor renasceu, estando ainda ativo na CAIXA. Após a aposentadoria este processo se intensificou. Publiquei livros infantis e de poesia e sou membro de academias e entidades ligadas à literatura.

Autor(a): JOSE RENATO DE AMORIM (J. R. Amorim)

APCEF/MG


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