Oito de março

Oito de março

não há flor que cure
a dor de uma agressão
não há amor
se em nome do pudor
sobra opressão

não basta um dia
de alegria
quando o resto é desrespeito

não há perdão
se há reincidência do mal
feito e refeito

não queremos guerra
juntos sobre a Terra
lutamos iguais

queremos voz ativa
ouvida, entendida
e queremos mais

queremos abolido medo
do assédio, do estupro
queremos liberdade de ação

queremos caminhar serenas
queremos dividir as penas
queremos cooperação

não há flor que cure a dor de uma agressão
não há amor se em nome do pudor sobra opressão

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Inspiração

Este é um tema cada vez mais caro a mim e às mulheres, de forma geral. Ganhar flores no dia da mulher não pressupõe nenhuma ação de combate à violência contra a mulher. É preciso mais.

Sobre a obra

Escrita em versos livres, tem, porém , um ritmo forte, que procura se sintonizar com o espírito de luta e resistência que o tema propõe.

Sobre o autor

Escrevo desde menina, participei de vários concursos literários durante minha vida de empregada Caixa e agora que me aposentei tenho me dedicado em tempo integral a carreira de escritora. Publiquei livros de crônicas, contos e infantis. Escrevo, também, para alguns jornais locais e uma revista literária. A poesia é meu veículo de desabafo.

Autor(a): LUCIANE MADRID CESAR (Luciane Madrid Cesar)

APCEF/MG