Encontros... é certo que aprendi

Encontros.... O que aprendi
Escrever é sempre angustiante, pelo menos para mim. Há um modo, um método, um
aprendizado? Sim e não... dizem que sim.
Se escrever é afetação, sentimentos e sentidos, como não falar a partir de um “eu”? Tê-lo como instrumento, o mais fiel dos mensageiros, o parceiro de todas as horas?
Houve um tempo em que usava muito este tal. Eu aqui, eu ali, eu acolá. Eu estava em todo lugar . Ele que sempre seguia na frente, no meio do ato, no fim da história. A crítica mais certeira, a melhor resposta, a conclusão final eram sempre dele. O mundo a partir de mim. Escrevia para trabalhar angustias, inventando senões, ruminando mais angustia. Até que esse tal ficou grande demais, pesado demais e eu sucumbi.
Não seria ousadia demais, prepotência demais, egocêntrico demais?
Parei de escrever.
...Bem, escrevi bem menos. Voltei a escrever.
É que senti saudades desse querido...nossos diálogos, sinceros sempre, das nossas pontes mais alongadas, daqueles voos mais lúcidos e por que não, os mais ousados certamente.
Pus-me a ponderar. Como não me usar, se escrevo com o corpo inteiro? Sofro, me emociono, saio do chão.
Af! Resignei-me a ruminar angustias.
Até que um dia, alguém escreveu “ELA”.
Que estalo! Que sopro! Que prazer!
Bingo! Agarrei
Abandonarei meus Eus? Sim e não. Desgarrei-me deles? Talvez... Abandonei é verdade, aqueles mantras inconsequentes, certas angustias excessivamente medicadas, desviei-me de sinuosas amarras, aquelas que, revestidas de falso brilho, exalavam prepotência e dogmas seculares.
Digeri sem vacilar. Me alforriei desse receio de mim.
Agora tenho “ela” – um Outro que encontrei comigo.
Meu eu que resiste e vigora, agora se enfeita de Ela, e está sempre comigo.
É certo que aprendi.

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Inspiração

motivou-me meu histórico de inquietações sobre o modo de me colocar quando escrevo. Perseguiu-me por anos essas questões e a oportunidade de experimentar um atalho novo me desencanou.

Sobre a obra

Uso o que sinto e esse é o meu método, se há algum

Sobre o autor

Escrevo por prazer e necessidade. Escrevo para dialogar e registrar a vida

Autor(a): ANGELA MARIA FASSINA BARONE THEBALDI (Angela Barone)

APCEF/ES