Um dia desses, meu filho de 9 anos me perguntou se eu saberia quem era o youtuber com mais seguidores ultimamente. E eu não fazia ideia alguma.

Em uma pesquisa grosseira “googliana”, surgem facilmente as respostas para a pergunta do meu filho. Super craques do futebol internacional, estrelas da música, astros do cinema, apresentadores, humoristas, artistas variados e cientistas atraem a atenção na internet de um número de seguidores na casa das centenas de milhões. E isso é mesmo muita gente!

O acesso à internet é algo muito difundido hoje em dia. Vá ao ponto mais remoto e, havendo pessoas, grandes serão as chances de lá você encontrar um smartphone ligado à rede. Ao ir a um restaurante, observe a posição de destaque que o celular tem no jantar, almoço ou qualquer lazer das pessoas. Algumas mal se olham, mas não suspendem o contato visual com a tela por muito tempo.

Se estiver em uma festa infantil, pode ser chocante quantas crianças incrivelmente preferirão a tela do celular ao parquinho e às brincadeiras da turma.

Por trás das telas há, sem dúvidas, muita utilidade como o internet banking e conhecimento na palma da mão. Mas, também há as redes sociais, os joguinhos viciantes e muito (mas muito mesmo) nada!

Deixamos de ser consumidores para sermos produto. As redes alimentam o vício nas telas porque quanto mais seguidores, mais eficiente e consistente é a oferta da propaganda. Nossa atenção é vendida, e para mantê-la na tela não há limites. Isso muitas vezes custa vidas. Custa uma infância. Custa uma maternidade e uma paternidade. Custa o futuro de uma criança. Custa uma família. Custa um emprego. Realmente, não há limites para o custo disso. A relação dopamina – lucro é diretamente proporcional, nesta análise.

Muitos dos grandes influenciadores da internet hoje surfam nessa realidade promíscua, monetizando seu conteúdo e contribuindo para que sejamos ainda melhores produtos para as big techs.

Observando um influencer famoso (péssimo, na minha opinião), que atrai crianças que gostam de games para assistí-lo jogar vídeo game com seu filho criança, me perguntei quão relevante e poderoso seria se ele parasse um pouquinho o jogo e dissesse algo assim: “Já cuidou de você hoje?”; “Já cumpriu suas obrigações hoje?”; “Já estudou hoje?”; “Já fez uma gentileza hoje?”; “Cuide dos seus dentes.”; “Respeite as pessoas.”; “Cuide do seu ambiente.”; “Ore, reze ou medite.”; “Feche a torneira.” “Não exagere nas telas.” ...

Tanta “influência”, tantos expectadores com olhares potentes e atentos, e não aproveitar para contribuir para um mundo melhor? Quanta inutilidade! Quanto desfavor ao futuro do mundo! Quanto nada!

Para um influenciador, hoje, capilarizar seu conteúdo e fazê-lo chegar a lugares não só distantes, mas culturalmente diferentes, é algo muito factível, embora se possa questionar sua consistência e capacidade de permanecer em alta ao longo do tempo. O sucesso parece ter a velocidade do feed. Passa cada vez mais rápido. A manutenção da fama nas redes é muito difícil e demanda toques de imoralidade e falta de ética, por vezes, já que a concorrência é enorme e raramente o conteúdo tem profundidade.

Imagine, então, qualquer influenciador, sua história, suas falas, atitudes e comportamentos se manterem não só famosos, mas altamente citados e respeitados no planeta por mais de dois milênios? Imagine viralizar por tanto tempo! Impensável, mesmo que o conteúdo fosse compartilhado intensamente e com os dados eternizados na rede... um youtuber, por mais seguidores e fama que possua, não permaneceria influente de forma consistente por tanto tempo, atualmente.

Há um grande influenciador que desafia de forma inquestionável esta ideia. Desafiou a distância entre os continentes e o tempo, porque percorreu ambos, inquestionavelmente, sem contar com algo que hoje é crucial para viralizar: a internet.

Nasceu na Terra, ainda um mundo em que a informação era um privilégio concedido a raras pessoas; e em que a comunicação era rudimentar, por meio físico apenas; os dados percorriam caminhos extremamente distantes a pé, no lombo de um animal, ou em barcos movidos pela natureza e pela força dos braços humanos. Este influenciador conseguiu fazer seu conteúdo se espalhar em vida, e ainda em máxima escala, após Sua morte.

Seus compartilhamentos eram simples, orais, sem microfones e holofotes e, apesar de bonitos e encantadores, eram duros e paradoxalmente gentis. Sua mente, comportamento e oratória eram revolucionários, e ainda assim, humildes. Suas ideias cortaram cidades, impérios e continentes sem excluir lugares remotos, apesar de não haver wi-fi e dados móveis naquele tempo. Tais ideias compartilhadas se mantém ao longo de quase vinte e um séculos tão firmes e consistentes como uma montanha gigantesca que nunca intemperiza.

As informações se espalharam de maneira espontânea, natural e com simplicidade. Os seguidores, à época, não se mantinham atentos ao compartilhado para obter lucro ou prazer dopaminérgico inebriante. Mas, simplesmente, porque lhes era útil e era libertador, merecia ser ensinado e merecia ser aprendido. E ainda merece e precisa ser compartilhado.

Houve quem julgasse tão importante seguir suas ideias e dividí-las, que ser devorado por leões, como forma de censura, não foi obstáculo para disseminar os dados desse influencer nascido em uma cidade que não seria reconhecida mundialmente, não fosse Este homem um ser tão ilustre, embora humilde, e nascido em berço de palha.

Eu realmente não sabia a resposta do meu filho, que me perguntou qual é o youtuber mais seguido atualmente.

Mas, em um mundo totalmente off-line, de barro, poeira, pedra, força bruta, dominância do mais forte, censura leonina, regado a preconceito e com gritantes diferenças sociais, Jesus começou a viralizar, se fez cheio de seguidores (cerca de três bilhões) ao longo do espaço e do tempo.

Seus seguidores se separaram em enormes grupos espalhados pelo mundo, que embora possuam diferentes nomes e culturas, seguem as ideias de paz, amor, perdão, compaixão e respeito emanadas do Cristo.

No mundo atual, há adeptos ou não de suas ideias, mas há poucos que não O conheçam. O tempo, tal como o conhecemos, é dividido entre antes e depois Dele.

Utilizou-se exclusivamente da oratória pública e do exemplo. Nada de internet, robôs, monetização e inteligência artificial. Trata-se de um influencer que inspirou a outros e inspira, de maneira ainda potente, mesmo após dois milênios!

Meu filho, eu não tenho dúvidas e te respondo: O maior influenciador que já existiu é Jesus Cristo! É do tipo que dizemos que faz milagres mesmo.