A BOLSA COR DE ROSA DE DONA HELENA

A BOLSA COR DE ROSA DE DONA HELENA
(por Regina Guimmaraes)

Um belo dia, Dona Helena, após juntar alguns dinheiros, saiu para comprar a tão sonhada bolsa rosa que vira numa vitrine da rua principal. Queria usá-la na festa de quinze anos da afilhada.
Fez outras compras e finalmente entrou na loja de bolsas. Mas surpresa, a bolsa não mais estava na vitrine. Perguntou sobre a bolsa rosa e a vendedora, sem dó, disse que havia acabado. Não ofereceu outra opção. Dona Helena sentou e pôs-se a chorar. Porque idealizara o seu vestuário e sapatos com aquela bolsa rosa. A vendedora, impaciente, deu um lencinho de papel para Dona Helena secar as lágrimas e sair logo dali. Poderia chamar a atenção dos passantes e espantar possíveis clientes com aquele chororô.
De repente, a gerente da loja chegou e quis saber o que estava acontecendo. A vendedora explicou e disse que a cliente já estava de saída. Cuidadosamente, a gerente pediu para Dona Helena aguardar um pouco e ligou para outras filiais. Que boa surpresa, Dona Helena só precisaria aguardar alguns minutos porque a tão almejada bolsa estava a caminho. Copo d’água pra cá, conversinhas pra lá, a bolsa chegou. Dona Helena guardou a sua bolsa de uso diário em uma sacola e saiu exibindo toda a beleza de sua aquisição, a bolsa rosa.
Foi então que, na calçada, um ladrão arrancou-a do braço de Dona Helena. A mulher chorava e gritava. Começou a juntar gente, o ladrão apavorou-se e jogou a bolsa para dentro de um ônibus que passava, pela janela. Ônibus lotado. A bolsa bateu na barriga de Juscelino, que estava em pé. Susto. Este arremessou-a por cima de outras cabeças, e a bolsa não parava na mão de ninguém. O motorista Serafim, ao perceber tumultuo no coletivo, parou. Bravamente perguntava sobre o que acontecia. Abriu a porta e avisou que iria chamar os policiais que estavam por perto. Gritos e choro na calçada, os transeuntes seguraram o ladrão, a polícia entrou no ônibus para resgatar a bolsa rosa.
Recomeçou o vaivém da bolsa dentro do ônibus.
Nenhum dos passageiros queria ser apanhado pela polícia.
Jogaram a bolsa de volta para fora do veículo.
Caiu aos pés do ladrão, que exclamou: achei essa bolsa tão linda!

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Inspiração

O dia-a-dia da cidade grande. Os desejos de Dona Helena e o ladrão.

Sobre a obra

O dia-a-dia da cidade grande. Os desejos de Dona Helena e o ladrão.
Manter o interesse do leitor até o final da crônica.

Sobre o autor

Nasci, vivo e trabalho no Rio de Janeiro. Bacharel em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ. Sou uma artista versátil e em meus trabalhos deposito enorme alegria de viver. Sou poeta, contista, cronista, aliando a arte visual e a literatura. Uma mulher que vive seu tempo com vitalidade e competência.

Autor(a): REGINA CELIA MUNIZ GUIMARAES (Regina Guimmaraes)

APCEF/RJ