A mulher catou retalhos. Amontoados a retratam perdas e ganhos. Atalhos, peças que dela relatam.
Do violeta azulado ao verde ao amarelo. Corpo morto, esfolado. Nem letra nem som no prelo.
Suas carnes costuradas sem cicatriz ou indício das querelas censuradas pelo homem - uno vício.
Penhas e Clarices choram pelas dores, desamores. Elas, sós, sonham e oram, pedem vida sem temores.
Com a lei, pontos e linhas, as mulheres se remendam. Labor e educação, rinhas que alinhavam a vida.
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Inspiração
Ao ver as estatísticas em crescente das agressões às mulheres e feminicídios ocorridos no Brasil. Como mulher quero proteção, como brasileira quero justiça, como ser humano quero PAZ.
Sobre a obra
A escolha por versos de 7 sílabas poéticas - verso heptassilabo ou redondilha maior - simboliza a conclusão cíclica, a renovação que espero que todas as vítimas de agressão encontrem. As rimas utilizadas são no modo ABAB.
Sobre o autor
Desde minha aposentadoria, meus dias são dedicados às artes e ao apoio à ONGs de apoio aos animais carentes. Dentro do mundo artístico gosto de tecer histórias e brincar com as palavras, ler as metáforas da natureza e transformá-las em versos. Com minha arte eu consigo voar longas distâncias e tocar os mais singelos corações.
Autor(a): LILIAN DEISE DE ANDRADE GUINSKI (Lilian Guinski)