Poemas e poesias

Pelas ruas esquecidas
de cidades há muito perdidas,
surgem poemas súbitos
que se cruzam e se saúdam.

Os sonetos graves dizem, a meia voz:
- Olá como vai?
Já os líricos, quando muito,
dirigem um olhar e cumprimentam
com leve aceno de cabeça.

E há as trovas! Essas são esfuziantes
e sorriem assanhadas a cada verso que passa.
Suspiram apaixonadas
para as estrofes métricas do Hino Nacional.

Enquanto isso, sai de um beco isolado,
um parnasiano fardado.
Marcha que marcha, batendo a rígida sola,
levando preso o poeta
que pedia uma rima por esmola.

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Inspiração

Essa poesia foi escrita há mais de trinta anos, lá em Santana do Livramento, onde nasci. Naquela época, seres trajando roupas verde oliva travestidos de censores, prenderam um grande amigo meu por ele ter escrito no jornal da cidade uma trova que ofendeu a tradicional família brasileira

Sobre a obra

Eu usei a poesia livre, aproveitando as diversas características da poesia, emprestando a cada uma, características humanas, que por mera aparência, persistem em dividir a sociedade em castas.

Sobre o autor

Sou natural de Santana do Livramento, mescla de avós uruguaios e brasileiros. Essa binacionalidade me emprestou conhecimentos dos dois lados da fronteira, que eu transformei em outra dimensão de limites: a fronteira entre a realidade e a imaginação.

Autor(a): HELIO DA SILVA DOS SANTOS (Professor Ganimedes)

APCEF/RS