Saudade dez na poeira

Saudade dez na poeira
Na poeira a cor.
Na lama, a dor.

No bar, a conversa:
o que reserva a certeza
do lento choro do rio?

Um horizonte curto
de vidas longas
e doces sem planos

Eu rio;
o sal dá de dez na poeira.

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Inspiração

Mineiro, ingressei na CAIXA no ES. Fui pra minha terra Itabira, de Drummond. De lá fui pra de Alphonsus de Guimaraens. Este poema busca deixar vivas as lembranças, por mais doloridas que sejam o quanto o rio e mar foram atingidos pela mistura de poeira e água. O “eu rio” diz: "Sal dá de dez na poeira". Exemplo de luta que é enfrentando secas.

Sobre a obra

Gosto muito do jogo de palavras. Assim, "o sal dá de dez na poeira." veio de minha saudade do ES que naquele dia, bem cedinho, olhando pela janela da quitinete, busquei o horizonte e só vi poeira. Sempre crítico e atendo, lembrei da luta do Rio Doce para sobreviver e da angustia em saber como chegaria no mar toda aquela lama da tragédia.

Sobre o autor

Fui Professor efetivo de LP aqui no ES. Conterrâneo de Drummond. Sempre amei leitura de poesias. Sempre muito crítico, em alguns lugares, visto como polêmico. Em Mariana a trabalho. Vi o movimento da cidade a pós a maior tragédia do Brasil

Autor(a): WANDERSON MARTINS DA SILVA (Wanderson Silva)

APCEF/ES