ROSA DA PALESTINA

ROSA DA PALESTINA

7 "Estende o setentrião sobre o vácuo, suspende a terra acima do nada.
8 Prende as águas em suas nuvens, e as nuvens não se rasgam sob seu peso.
9 Vela a face da lua, estendendo sobre ela uma nuvem.
10 Traçou um círculo à superfície das águas, onde a luz confina com as trevas". (Jó 26,
7-10).

Jó descreve a soberania de Deus sobre a criação, incluindo o norte, o vazio, as águas,
as nuvens e a ordem estabelecida na natureza.
Neste discurso (do Capítulo 26 inteiro) Jó, o pai da resignação, está expressando sua
perplexidade diante do sofrimento injusto que está enfrentando, contrastando a
suposta justiça de Deus com a sua própria experiência.
Ele está buscando entender por que um Deus justo permitiria que ele, que não se
considera culpado de pecados graves, sofresse tanto.

Assim pensamos que pensa o povo palestino onde, como nas palavras de Jó, a trevosa
situação em que se encontram com relação a vida, veem-se “onde a luz se confina com
as trevas".

Pensem nas crianças como rosas cálidas; despetaladas em Khan Younis; Rafah e por
toda a Palestina...
Pensem nas crianças palestinas...
Estropiadas; laceradas na infância; na dignidade de viver...
Mais de 16 mil crianças mortas duas vezes: na CARNE e na sublimidade da ALMA; sem
lançarem sequer um tiro de espoleta... presas aos escombros de que uma guerra de
mais de nove meses é capaz de produzir...

Chinelos sangrentos; tênis semiaparentes em meio à Geena implacável, coagulados
por sangue; bonecas e carrinhos despedaçados; sem o liame da vida; CORPOS sem o
FÍSICO – sem nada!; ALMAS sem o ESPÍRITO; sem nada!; num umbral feito
artificialmente pelos verdugos de um subumano Benjamin Netanyahu – O TIRANO!...
Os restos de seus corpinhos soterrados para um nunca mais com seus ais ecoando sem
cessar nos vácuos de uma Faixa de Gaza de zumbis...
Pensem nas Crianças Palestinas mudas, telepáticas, a procurarem desesperadamente
por seus pais; por seus irmãos; avós; tios; quaisquer outros que lhes deem a sensação
de segurança – senão pelos sentidos do corpo, pelo rastreio do Espírito...

Pensem nas meninas Cegas inexatas;
tateando o sem ter nem porquê; nas trevas mais trevosas que as trevas produzem;
sendo maculadas em suas imaculadas condições de adolescentes; virgens vestais...
Pensem nas mulheres rotas alteradas;
Pensem nas mulheres palestinas
Com suas rotas alteradas; desesperadas e sem rumo; com seus direitos de mães
dilacerados pela fúria de um subumano: Benjamin Netanyahu – O TIRANO!!!


Pensem nas feridas como rosas cálidas... A antirrosa mortífera do ceifador da vida –
Benjamin Netanyahu – rosas sendo capaz de se transmutar do bálsamo para chagas
vulcânicas...

Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa, da rosa
Da rosa da Palestina... a rosa hereditária
Que padece sob a sanha de um louco obsessivo por MORTE & SANGUE - Benjamin
Netanyahu;

A rosa radioativa estúpida e inválida; quando misseis assassinos caem
(propositadamente) sobre hospitais e destroem a vida que pulsa para sobreviver na
tênue linha da morte; destroem os artefatos que se utilizam dos princípios atômicos
como os aparelhos de Raios X e Tomografia Computadorizada deixando aquela
atmosfera e sua psicosfera impregnada por deletérios fluídos mortificantes...
Essa Rosa Estúpida e inválida; que alastra a morte feito uma bruma pestilenta que vem
passando vagarosamente e deitando corpos... matando sonhos... ceifando vidas!

A rosa com cirrose, a antirrosa atômica – com o desmanche do Princípio Vital que
anima os corpos de todas as criaturas da Palestina devastada;
A antirrosa atômica – porque não pode uma ROSA – símbolo da singeleza - causar
morticínio; mas uma antirrosa que, decepada, restam-lhe apenas os espinhos
perfurantes...
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada

Se a Rosa perder sua sublimidade; seu perfume e suas cores, para que mais servirá
senão ser lançada ao monturo ajuntado por Benjamin Netanyahu – O TIRANO!!!...
A Rosa da Palestina não tem perfume - o perfume almo e dulcificante – não tem o tom
rosa; não tem nada de ROSA; mas é a rosa espectral; fantasmagórica e dorida da
PALESTINA.

A morte de 1.200 pessoas pelo Hamas - grupo terrorista e irresponsável que atua na
Palestina - tinha que realmente ser condenada não só pelo povo judeu, mas por toda a
Comunidade Internacional, mas nunca poderia justificar a investida covarde de
Benjamin Netanyahu – O TIRANO!!!...

Contra os 1.200 mortos ceifados naquele ato insano do Hamas, o exército de Israel –
ajudado pelos países da OTAN (principalmente os EUA; numa completa e imoral
disparidade de coalização de forças) já dizimaram mais de 40 mil palestinos (destes,
mais de quarenta por cento são crianças), deixando essa ofensiva militar de Israel na
Faixa de Gaza mais de 80 mil feridos em mais de nove meses.

Oh!, povo de Israel!;
Oh!, povo judeu – vocês que já viveram um holocausto sabem bem a essência exata dessa aberração; então ajudem a recompor as pétalas da Rosa da Palestina – a Rosa
dulcificante; lutem também para frear o genocídio de um povo em flagrante
isolamento; em desmedida desvantagem de defesa com Benjamin Netanyahu – o
TIRANO!...

Que a Palestina seja conformada em um Estado Livre e Soberano!

Obs: Nossa prosa poética é inspirada em paráfrase pela obra “Rosa de Hiroshima”, do poetinha VINÍCIUS DE MORAES, publicada em ANTOLOGIA POÉTICA de 1954, Editora A NOITE. Ela foi musicada por Gerson Conrad – musicista do Grupo SECOS & MOLHADOS em 1973.
(Fernanbas; 12 de Junho de 2024)

Fonte para a Paráfrase:
MORAES, Vinícius de. A rosa de Hiroshima. In: ___. Antologia Poética. Rio de Janeiro.
(2ª ed. aumentada, Rio de Janeiro: Editora do Autor, 1960); Editora A Noite, 1954. p.
249. 324 p.

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Inspiração

O genocídio praticado por Benjamin Netanyahu à Palestina.

Sobre a obra

Uma crônica em que tentamos narrar o horror do povo palestino ante a sanha desmesurada impetrada por Benjamin Netanyahu à Palestina.

Para isso me utilizei da ferramenta de literatura - a paráfrase; baseada no poema ROSA DE HIROSHIMA de Vinicius de Moraes, que fora musicado por Gerson Conrad do Grupo Secos e Molhados em 1973.

Sobre o autor

Sou um poeta que ama escrever POEMAS de estilo LIVRE reportando-me à minha alma e o que lá está se passando.

Autor(a): FERNANDO BATISTA DOS SANTOS (FERNANBAS)

APCEF/MG