O CAMINHO DO PÓLEN EM D'EL-REY

O CAMINHO DO PÓLEN

... com a chuva chega também a noitinha e o espocar dos lampiões seresteiros que douram ainda mais suas auréolas (são guardiães de segredos conjurados pra se alcançar uma liberdade ainda que tardia)...

Paralelepípedos que acalentam as sinuosidades das vielas de minha d'El-Rey ganham reverberações de seus adornos... casarios que acompanham o serpentear daquelas veredas e que sagram secretos brados por independência: do escravagismo da colônia sobre a Coroa; do Eu sobre o EGO; do tão enraizado racismo estrutural em todas as suas facetas...

Na calada da noite um andarilho segue resoluto ao meio da estreita rua molhada pela chuva sem temer qualquer perigo e vai sussurrando uma antiquíssima canção de uma tribo indígena americana:

"Na beleza eu caminho...
Com a beleza à minha frente eu caminho...
Com a beleza atrás de mim eu caminho...
Com a beleza acima de mim eu caminho...
Com a beleza abaixo de mim eu caminho...
Com a beleza em todo o meu redor eu caminho...
Com a beleza dentro de mim eu caminho.
E termino na beleza...
E termino na beleza".

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Inspiração

As vielas serpenteadas e mágicas de minha d'El-Rey quando ando no meio delas, reflexivo e em êxtase, em dias de garoa.

Sobre a obra

É uma poesia livre; saída do forno de minha alma encantada.

Sobre o autor

Um poeta livre.. um sonhador... um peregrino dos Caminhos do Pólen.

Autor(a): FERNANDO BATISTA DOS SANTOS (FERNANBAS )

APCEF/MG