Frases Soltas

Ao longo de minha existência, muitas vezes me deparei com frases que sempre tinham algo a ensinar, traziam em si reflexões muito apropriadas a certos momentos. E acabei por adotar algumas como princípios para a vida.
Essa capacidade de adaptação, de aprender, reaprender, redirecionar nossas vidas e ações, nos diferencia das outras espécies. E a fé. Essa nunca me faltou, ainda que, por vezes, titubeasse nas minhas crenças. Não é fácil ter fé. Exige esforço, confiança, entrega e resiliência.

“Podemos definir a fé como a crença ilógica na ocorrência do improvável” (H. L. Mencken). A fé é exatamente isso, apenas se tem. Atribuída a São Thomaz de Aquino: “Para aqueles que creem, nenhuma explicação é necessária; para os que não creem, nenhuma explicação é possível”. Me incluo entre aqueles. Me basta.

Albert Einstein tem frases ótimas, por exemplo, “Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre”. É uma questão de escolha. Ou “uma vida simples e tranquila traz mais alegria que a busca pelo sucesso em uma inquietação constante”. Quantas verdades em tão poucas linhas.
A Constituição em seu artigo 5º, inciso 57, resume que “todos são inocentes até que se prove o contrário”. Eu tenho tendência a acreditar nas pessoas, no entanto, não devemos confundir cordialidade com covardia, gentileza com fraqueza ou caridade com ingenuidade. E muitas vezes, imbuídos da vontade de ajudar, somos explorados, enganados e vítimas da ingratidão.

Aprendi a diferenciar quem merece ser ajudado e quem quer “apenas” ser ajudado. Tem diferença. Existem legiões de pessoas que apenas querem ser ajudadas, sem se esforçar para melhorar suas condições, ainda que as oportunidades apareçam. Há um certo comodismo nisso. Em que pese meu apreço pelas políticas sociais, por saber que atingem a muitas famílias necessitadas, por outro lado, a quantidade de fraudes corroboram minhas suspeitas. Passei a sofrer menos quanto a ingratidão, quando li “jamais espere nada de ninguém, o que vier é lucro”.

É um exercício hercúleo se policiar, principalmente com o advento do politicamente correto. Já fui mal interpretado em minhas divagações e ouvi coisas que me causaram estranheza e desconforto. Opinião não solicitada, melhor guardá-la para si, e “se às vezes me afasto de algumas pessoas, não é para dar a elas uma lição. Na verdade, é sinal de que aprendi a minha!”

Minha esposa me disse certa vez que “Se alguém tiver que se aborrecer, que seja o outro!” É uma forma simplista de encerrar uma contenda filosófica e funciona bem, apesar de não ser da minha natureza, ser deselegante nos embates em que, eventualmente, me envolvo, mas um “foda-se!” bem dado é libertador.
Para muitas questões, a resposta mais usual é “Não tenho tempo!”. Li certa vez que “Tempo é questão de preferência!”. Sempre se acha tempo para o que se gosta de fazer e falta para as outras menos interessantes. Outra boa frase é “O tempo que se perde em algo que se gosta, jamais é tempo perdido!”. Isso justificaria as horas que minha esposa “perde” no tricô, ou que minha filha “perdia” lendo vários livros ao longo do ano, na adolescência, e meu filho “perdia” nos jogos de videogame e nas cartinhas de Yu-Gi-Oh! Já eu adorava “perder” tempo nas antigas locadoras de videocassetes. Era relaxante.

Aprendi que todo problema tem uma solução, ainda que não a desejada. “O que não tem solução, solucionado está!”. Tem aqueles que analisam a situação antes e para essas “Às vezes é necessário se afastar da praia para se saber o tamanho da ilha!”. Tem aqueles, os ansiosos, que parecem que “Para cada solução se encontra um problema!”. Mas gosto particularmente de “Na vida, o que não é benção é lição!”. E aprendemos muitos com nossos erros.
Ensinei meus filhos a valorizarem suas vitórias, “Não existem conquistas sem sacrifícios!”. Essa frase vi numa plaquinha meio apagada em Alto Caparaó, MG, às portas do Parque Nacional do Caparaó, onde se situa o Pico da Bandeira com seus 2.890 metros de altitude. Eu o conquistei. Algumas vezes. Mas poderia estar escrito na chegada do Santuário de São José de Anchieta, depois de 105km de caminhada, em longos quatro dias, do evento chamado Os Passos de Anchieta. Era a trilha que o jesuíta percorria entre a Vila de Rerigtiba (hoje Anchieta, ES) até a escola dos padres, hoje Palácio Anchieta, sede do governo do Espírito Santo na capital, Vitória. Essa, também venci.
Sobre política, futebol e religião, abstenho-me de mencionar.

Leandro Karnal, historiador e professor, que dizia que “para certos assuntos o melhor é fazer cara de paisagem e emitir sons bovinos: Hummmm!”

Mas tem uma que tenho pensado muito “Eu torço para todo mundo ser feliz. Gente feliz não enche o saco!”.